Atualizada às 19h56
Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Juiz de Fora, na tarde desta terça-feira (29), discutiu a situação da dengue na cidade. O vereador Jucelio Maria (PSB), que convocou o encontro, afirmou que diversas ações estão sendo feitas, mas resultados práticos não estão sendo vistos. O parlamentar critica que as manobras preventivas não foram feitas quando deveriam, no ano passado. “É preciso criar ações quando há tranquilidade, para quando chegar a tempestade não ter que improvisar.”
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Rodrigo Almeida, afirmou que as ações começaram em agosto, com o contato com o Exército, já prevendo uma epidemia. Ele reforça que, ainda no ano passado, a Comissão de Combate à Dengue foi formada e iniciou o planejamento das ações. “A Prefeitura realizou treinamento na área de saúde em janeiro, para ter um protocolo único de atendimento à dengue, tanto na rede pública como na suplementar. Somos uma das únicas Prefeituras do Brasil que está distribuindo kits de hidratação oral, já que a maioria dos casos é branda e possível de ser tratada em casa. Também investimos em dois Centros de Hidratação contra a
Dengue antecipadamente se comparado com anos anteriores. Assim, temos uma retaguarda de assistência.” Questionado pela população sobre a forma da definição da programação dos carros fumacê, o subsecretário explicou que os veículos circulam apenas quando há epidemia, já que seu excesso pode acarretar resistência no vetor. Para a programação das ruas é levado em consideração os locais com maior número de notificações.
O secretário de Governo, José Sóter Figueirôa, destacou as ações que estão sendo realizadas no município, como a ampliação para 200 agentes de endemias, a capacitação de 438 agentes de saúde para atuar no combate à dengue, a notificação de proprietários dos imóveis que estão em situação de abandono e a abertura da sala de operação que envolve várias pastas.
Figueirôa ressaltou que 80% dos focos do vetor estão dentro das residências. Jucelio argumentou, dizendo que “se 80% da responsabilidade são da população, os 20% da Administração não têm sido feitos”. O vereador Wanderson Castelar (PT) complementou, dizendo que esse não é o grande teor da epidemia. “Isso seria admitir que as pessoas querem ficar doentes. São nos lotes abandonados que os mosquitos estão habitando. Devemos é jogar duro com os que estão negligenciando, com os que possuem terrenos abandonados. Temos a lei do IPTU Progressivo que jamais foi utilizada. Chegamos a uma situação limite, na qual é preciso que essa lei seja aplicada.”
Conforme o secretário de Atividades Urbanas, Sérgio Rocha, Juiz de Fora possui 31.819 lotes cadastrados. Em dois anos, foram realizadas 4.806 notificações de proprietários de terrenos e emitidos 903 autos de infração. Só nos últimos dois meses, foram 1.411 notificações e 110 multas.