Lojistas do Santa Cruz Shopping, em conjunto com comerciantes da Rua São Sebastião, realizaram manifestação nas ruas centrais de Juiz de Fora, na manhã desta segunda-feira (28), contra o fechamento dos estabelecimentos comerciais após medidas mais restritivas de enfrentamento à Covid-19.
O ato, iniciado por volta das 11h, chegou a fechar parcialmente a Avenida Getúlio Vargas e movimentou as ruas Halfeld e Marechal Deodoro. Alguns lojistas destas áreas, além do Sindicato Intermunicipal da Classe Econômica do Setor de Beleza e Similares de Juiz de Fora e Região (Sinterbel), aderiram ao movimento, que foi acompanhado pela Polícia Militar. Por volta do meio-dia o grupo chegou ao prédio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e foi atendido pelo prefeito Antônio Almas (PSDB) e pelo titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta), Jackson Fernandes Moreira Júnior.
Na reunião, conforme a PJF, os representantes do comércio foram informados de que serão analisados os dados epidemiológicos para qualquer tomada de decisão. Em nota, a Prefeitura pontuou que “entende o anseio dos comerciantes, mas a decisão de regressão para onda vermelha se deu devido ao quadro grave da cidade e será por um período de 14 dias”.
O presidente do Sinterbel, Paulo Bitar, participou da reunião na Prefeitura e disse à Tribuna que lamenta o regresso da cidade à onda vermelha. Diante da negativa da PJF, ele afirmou que representantes do comércio pretendem novamente organizar uma manifestação, no Centro da cidade, nesta terça-feira, ainda sem horário definido. Segundo Bitar, somente no setor de beleza, de março até o momento, mais de 4.550 estabelecimentos fecharam as portas. “Todos os setores estão quebrando. Hoje já recebi várias mensagens de estabelecimentos do setor de beleza que, com este novo fechamento (do comércio), terão de fechar as portas”, diz.
Na última sexta-feira (25), a cidade regrediu para a onda vermelha do Minas Consciente, desta forma, apenas serviços considerados essenciais podem funcionar, como supermercados, farmácias, lotéricas e bancos, entre outros. Conforme a resolução publicada pela PJF, ficam suspensas atividades em que acontecem atendimentos presenciais ao público, em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço, como em shoppings centers, galerias e estabelecimentos congêneres.
Manifestação
De acordo com a coordenadora de Marketing do Santa Cruz Shopping, Isabela Porfírio, o movimento começou entre os lojistas do centro comercial que, a princípio, foram convocados para se reunirem em seus estabelecimentos na manhã desta segunda para manifestar o “direito de trabalhar”. “Temos ciência que estamos em uma pandemia, mas entendemos que todos os trabalhos são essenciais”, diz.
Como destacado por Isabela, não só o Santa Cruz Shopping, mas todo o comércio tem seguido os protocolos de prevenção da Covid-19 na cidade. “Por mais que as lojas estejam fechadas, as ruas continuam cheias. Para o comércio abrir, estamos seguindo todas as regras: ninguém entra no Santa Cruz Shopping sem medir a temperatura, sem álcool em gel, sem máscara. É um lugar seguro. Não só no Santa Cruz Shopping, mas em todas as lojas. Estamos preocupados porque as contas estão chegando e não temos de onde tirar dinheiro.”
Conforme a coordenadora de Marketing do shopping, o mês de dezembro não atingiu as expectativas de vendas, o que traz preocupação para o setor quanto a suspensão das atividades novamente. “A manifestação é pacífica, só queremos exercer o direito de trabalhar e ver se a Prefeitura toma partido. Não é justo que os comerciantes paguem a conta da pandemia. Sabemos que existem outros problemas mais profundos.”