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Fiéis levam agradecimentos e pedidos impossíveis a São Judas Tadeu

sao judas tadeu by fernando
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Igreja esteve lotada durante cerimônia no Bairro Furtado de Menezes (Foto: Fernando Priamo)
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O popular apóstolo de Jesus Cristo, São Judas Tadeu, foi lembrado com festa em comunidades de Juiz de Fora, com missas, procissões e festas com barraquinhas nesta segunda-feira (28). A data foi marcada por festividades em homenagem ao mártir, como no santuário batizado com o nome do santo, no Bairro Furtado de Menezes, Zona Sudeste. Os fiéis participaram de missas, que começaram às 6h e foram celebradas em horas pares, até o ato solene, que encerrou a programação, após a procissão, às 20h, com missa presidida pelo arcebispo Dom Gil Antônio Moreira. São Judas é invocado pelos fiéis por ser considerado o santo das causas impossíveis. Muitos fiéis vão pedir e agradecer por bençãos alcançadas deixando flores no altar e levando outras flores abençoadas para casa, em busca de novas graças. Durante as missas também se destacam os torcedores do Flamengo, time do qual o santo é padroeiro, que compareceram uniformizados com a camisa do clube.

Fé e dedicação

O dia começou cedo para a costureira Nely Cardoso de Oliveira e para a dona de casa Zuleika Vieira. Ambas, há mais de 10 anos, compartilham da mesma rotina, de acordar bem cedo para ajudar na Festa de São Judas Tadeu. Elas chegam ao santuário, no Bairro Furtado de Menezes, na Zona Sudeste, antes mesmo de o bairro acordar. A primeira missa, iniciada às 6h, já conta com o trabalho da dupla. Com asseio, elas preparam as rosas que são vendidas aos fiéis durante as missas.

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“As pessoas depositam as rosas aos pés de São Judas. Elas pedem as graças e levam outra flor abençoada para casa. Muitas trazem casos desesperados ao santo, mas todas elas vêm com muita fé”, explica Nely. Ela conta que já alcançou graças após pedir a intercessão do santo. “O ano passado não foi muito fácil. Meu marido precisou fazer uma ponte de safena. Logo depois eu fiz uma mamografia e descobri um nódulo no seio. Graças a Deus, nós dois estamos livres. Confiei minhas orações a São Judas Tadeu, Nossa Senhora Aparecida e ao Sagrado Coração de Jesus. Hoje estamos muito bem. Conto isso porque passar por essas fases não é fácil, mas a fé em Deus é maior.” Após receber a graça, mesmo em recuperação, ela fez questão de continuar cumprindo a tradição de trabalhar na igreja durante o dia do mártir.

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Do lado de Nely, a idosa Zuleika, aos 94 anos, diz que não pretende deixar de acompanhar as missas de São Judas tão cedo. “Antes de tudo, sempre venho trazer um agradecimento pela fé que temos em São Judas. Fico aqui da primeira até a última missa. Vemos muitos testemunhos todo ano. Por isso, enquanto eu tiver vida, eu continuo vindo.”

A imagem de São Judas, com um machado em uma das mãos, que indica a causa de seu martírio, e um livro na outra, que destaca a sua caminhada como evangelista, é vislumbrada por outro fiel da região todos os dias. O trajeto do funcionário público Josimar de Paula Marques o leva a passar em frente ao santuário diariamente. “Peço proteção a ele, porque a vida de todo mundo anda muito difícil. Ele é o santo das causas impossíveis, então eu estou sempre que posso na missa. No dia dele, me esforço para estar presente. Ele sempre nos ajuda quando precisamos.” Na porta lateral da igreja, Josimar fazia suas orações de cabeça baixa, mas vestido com a camisa do Flamengo, ainda que, nesse ano, ele não tenha precisado apelar ao padroeiro do time. “Agora é quase impossível perder”, disse ele, rindo.

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Vermelhas como a camisa do servidor público eram as rosas entregues com simpatia por Nely e Zuleika. Os três, assim como os demais fiéis, acompanhavam os ritos da celebração atentos, diante do olhar sereno do mártir sobre o altar. No íntimo, assim como as outras pessoas que lotavam a igreja, levavam seus desejos, suas intenções e seus agradecimentos. A lida delas ainda se estenderia por mais uma missa, além daquela que acompanhavam. Elas não demonstravam cansaço, embora tenham passado por longas horas de trabalho e ainda faltassem muitas rosas até que o trabalho terminasse. A despedida foi seguida por um ‘que Deus acompanhe’, frase que, certamente, ainda seria repetida muitas vezes até o retorno delas para casa.

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