O acúmulo de lixo, que provoca mau cheiro e atrai ratos e outros insetos, além da insegurança com desmoronamentos da obra e o medo de assalto estão entre os problemas enfrentados diariamente por moradores e comerciantes que vivem no Bairro Bonfim, no entorno da inacabada Praça Padre Léo, que fica na esquina das ruas Barão do Retiro e Professor Francisco Faria. A situação se arrasta há anos e, segundo a comunidade, vem piorando a cada dia. O local, que tem nome de praça, na verdade é onde passa o Córrego Matirumbide e que, em 2011, começou a ser transformado em uma área de lazer pela Prefeitura de Juiz de Fora. No entanto, diante de vários problemas na obra, os trabalhos foram abandonados. O último episódio que amedrontou a comunidade foi um incêndio ocorrido no domingo, dia 10 de setembro. O fogo teria sido provocado por pessoas que ocupam a área.
Segundo a vizinhança, por pouco, as chamas não atingiram a rede elétrica e a casa da aposentada Ivete Santos, de 86 anos, que fica ao lado do terreno da Prefeitura. Assustada, a idosa conta que convive diariamente com o perigo. No dia do incêndio, dona Ivete estava sozinha e, por volta das 23h30, viu um clarão pela janela e saiu às pressas em busca de ajuda dos vizinhos. “Comecei a tentar apagar o fogo com uma mangueira e tive que chamar a Polícia Militar e alguns vizinhos para me ajudar, pois o fogo estava muito alto, quase chegando na rede elétrica. Só não atingiu a minha casa, porque o muro é muito alto”, explica a idosa, que afirma ter aumentado o muro e gradeado as janelas da casa, por medo de invasão de usuários de drogas.
Uma comerciante que trabalha em frente ao terreno da Prefeitura e que não quis se identificar disse que os alagamentos e desmoronamentos das margens do córrego já assustaram os moradores algumas vezes. Ela lembra, ainda, que até mesmo o homicídio de uma mulher já foi registrado na área e que, mesmo com isso, nenhuma melhoria foi feita.
No início deste mês, os moradores da região viram uma movimentação de funcionários da Prefeitura retirando os tapumes que cercavam o local e acreditavam ser a retomada da obra para a construção da praça. No entanto, os tapumes foram substituídos por cercas de arame farpado. De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Obras, o recolhimento dos tapumes foi uma medida de segurança, já que usuários de drogas estavam utilizando o local para se esconder, após cometerem delitos na região. Ainda segundo a Secretaria de Obras, não há previsão do reinício dos trabalhos na Praça Padre Léo, pois necessita de recursos externos e, por enquanto, não há previsão de liberação de verba por parte dos governos Estadual e Federal. Enquanto isso, o temor dos moradores é que o terreno volte a servir de depósito de lixo e entulho.