Os dias frios, nublados e chuvosos devem persistir em Juiz de Fora, pelo menos, até quinta-feira (31). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o tempo instável é resultado de uma massa de ar úmido associada a um sistema de alta pressão atmosférica, que avançou após a passagem de uma frente fria no final de semana.
A chuva pode ocorrer a qualquer hora nos próximos dias, e a temperatura do ar segue baixa, sem ultrapassar a casa dos 20 graus. A precipitação constante faz com que as chances de deslizamentos aumentem. A Defesa Civil de Juiz de Fora registrou, entre o final de semana e esta segunda-feira (28), duas ocorrências: um deslizamento de talude no Bairro Vila Esperança 2 e uma trinca em um piso no Bairro Filgueiras.
O local que mais registrou volume de chuvas, conforme a pasta, foi o Bairro Santa Terezinha, com 62,4 milímetros registrados pelo pluviômetro do Rio Paraibuna – entre sábado e domingo. O segundo maior volume foi registrado no Bairro Paula Lima, foram 51,50 milímetros no mesmo intervalo de tempo.
Nesta segunda, a máxima ficou 13,1 graus. De acordo com os termômetros do 5º Distrito de Meteorologia do Inmet, instalados no campus da UFJF, a mínima nesta segunda foi de 11,4 graus por volta das 3h. A menor temperatura em Juiz de Fora, segundo o mesmo medidor, foi de 8,9 graus no dia 15 de julho. Nesta terça-feira (29), o cenário fica parecido, com máxima de 15 graus e mínima de 11. O céu fica nublado, com chances de chuva ao longo do dia.
Frio até quinta-feira
Segundo as projeções do Inmet, o frio deve continuar até quinta-feira. A partir daí, os termômetros vão se elevar progressivamente, chegando a casa dos 25 graus. A chance de chuva continua, mas de forma isolada. Também a partir de quinta a intensa cobertura de nuvens deve se dissipar e o céu pode ter momentos de abertura.
Mudança brusca
Apesar das frentes frias serem comuns nesta época do ano, próxima ao final do inverno, a mudança brusca de temperatura em relação à última semana chama atenção. A climatologista da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Cássia Ferreira, explica que as frente frias sucedem o avanço da massa de ar polar, e com esse avanço provocam queda de temperatura do ar, aumento da nebulosidade e umidade do ar, e podem ainda estar associadas a ocorrência de chuvas. “Esta frente fria gerou um contraste significativo no que tange às temperaturas, pois, na semana passada estávamos sob a atuação de uma forte massa de ar quente e seco, o que gerou altas temperaturas”, explica. Com a chegada da frente fria, houve uma queda abrupta da temperatura, associada a um aumento expressivo da umidade do ar e ocorrência de chuvas, o que acaba aumentando a sensação de frio sentida.
Nas últimas semanas do inverno, a especialista esclarece que a tendência é de que se mantenha as temperaturas mais baixas, que perdem força gradualmente durante o decorrer da semana. Porém, as temperaturas ainda devem permanecer baixas logo após sua passagem quando a massa polar se instala. “Com a atuação da massa polar, o céu volta a ficar com menor quantidade de nuvens, predominando o dia ensolarado, porém, com baixas temperaturas”, afirma.
Durante esse inverno, a atuação do fenômeno climático El Niño provocou um menor número de incursões de frentes frias e um inverno considerado até o momento mais quente que o normal. Isso não significa, no entanto, que outros episódios de baixas temperaturas deixarão de ocorrer. “Com o avanço e o término do inverno, temos gradualmente uma diminuição do avanço de frentes frias, mas destaco que as frentes frias atuam durante todo o ano”, explica.