Cerca de 4.500 metros de cabos de fibra óptica foram apreendidos pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (28). O material, de propriedade das operadoras Vivo e GVT, era usado por um provedor de internet que atuava na Zona Norte de Juiz de Fora, atendendo a cerca de mil usuários. Outros materiais, também utilizados para a distribuição do sinal, foram localizados em uma casa, no Bairro Industrial, onde um homem, de 55 anos, que seria sócio-proprietário do provedor foi detido. Ele foi conduzido para a delegacia, em Santa Terezinha, e teve sua prisão confirmada por furto qualificado de energia de fibra óptica. De acordo com o titular da 3ª Delegacia, Rodolfo Rolli, responsável pelo caso, o suspeito, que não tinha antecedentes criminais, teve fiança arbitrada no valor de R$ 5 mil. Contudo, até o início da noite, o valor não tinha sido recolhido pela polícia. Caso o pagamento não fosse efetuado, o homem seria encaminhado ao Ceresp.
Conforme Rolli, as próprias operadoras Vivo e GVT procuraram a Polícia Civil para denunciar a suspeita de furto, uma vez que perceberam uma movimentação de dados em uma instalação de cabos novos e que ainda não eram utilizados. “Depois que recebemos a denúncia, uma equipe se deslocou até o local, juntamente com os técnicos das operadoras, e lá flagraram a irregularidade”, disse o delegado. As operadoras, até esta quarta, não tiveram a oportunidade de avaliar o prejuízo causado. Porém, técnicos das empresas que acompanharam o flagrante explicaram que a bitola dos cabos recolhidos corresponde a uma espessura necessária para sustentar a movimentação da dados de uma cidade do tamanho de Belo Horizonte.
Parte dos cabos encontrados na casa do suspeito já tinham sido lacrados com o logotipo do provedor, conforme constatou a perícia. “Agora, as investigações terão prosseguimento a fim de apurar se mais cabos dessas operadoras ou de outras estão sendo utilizados por esse mesmo provedor ou por outros de Juiz de Fora”, ressaltou o delegado. Em razão do flagrante, os cerca de mil usuários servidos pelo provedor ficaram sem internet, uma vez que os cabos foram cortados pelos técnicos das operadoras.
“Os órgãos competentes da área de comunicação serão notificados a respeito da atuação desse provedor a fim de que seja responsabilizado”, disse Rolli, lembrando que os cabos possuem um número de série e de lote e, no caso dos que foram apreendidos, essas informações foram raspadas, configurando um delito. “Depois de uma análise mais aprofundada, no final das investigações, teremos a constatação de um crime de estelionato, cuja pena vai de um a cinco anos de prisão, já que a rede instalada pelas operadoras era usada em benefício do provedor”, afirmou.