A taxa de crescimento geométrico da população de Juiz de Fora cresceu 0,8% de 2018 para 2019, de acordo com as estimativas das populações divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (28). Neste ano, o número de moradores da cidade chegou a 568.873, enquanto que no ano passado era de 564.310. Juiz de Fora segue a tendência de queda no crescimento verificada no país e caiu um posto no ranking de cidades mais populosas entre aquelas com mais de 500 mil habitantes, que não sejam capitais. Em 2018, a cidade ocupava a 18ª posição e caiu para a 19ª colocação em 2019. Em Minas, o município fica atrás de Uberlândia e Contagem, que ocupam, respectivamente, a 12ª e a 14ª posições do ranking de crescimento populacional.
De acordo com o pesquisador do IBGE, Márcio Minamiguchi, o crescimento menor da população, em linhas gerais, está relacionado a mudanças estruturais. “Na década de 1970, metade da população vivia em zonas rurais e a economia era muito voltada para a produção agrícola. Temos uma alteração do perfil da população ao longo de todos esses anos. Agora, a maioria das pessoas habita os centros urbanos e há um peso maior da economia sobre o setor de serviços.”
Segundo Minamiguchi, há inúmeros fatores que contribuem para essa diminuição do crescimento. Entre eles, o envelhecimento da população, a estrutura das famílias – que têm menos filhos – e a diminuição do número de pessoas por residência. Em 2019, mais da metade da população (cerca de 57,4%, equivalente a 120,7 milhões de habitantes) se concentra em apenas 5,8% dos municípios, um total de 324 cidades, que são as que possuem mais de 100 mil habitantes. Enquanto isso, os 48 municípios com mais de 500 mil habitantes concentram quase um terço da população, um total de 66,5 milhões de pessoas. Por outro lado, na maior parte das cidades – um total de 3.670, que possuem até 20 mil habitantes – reside 15,2% da população, cerca de 32 milhões de pessoas.
Minamiguchi explica ainda que a desconcentração das atividades econômicas favorece a continuidade do crescimento em cidades como Juiz de Fora, enquanto a capital, Belo Horizonte, cresce menos, marcando um percentual de 0,42% de aumento da população, sendo a 6º capital do país, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Fortaleza. “Os núcleos metropolitanos concentravam boa parte da economia, então cresciam muito. Os serviços ofertados chegavam às capitais primeiro. Mas houve uma descentralização da economia, pois as cidades do interior, como Juiz de Fora, começaram a ser vistas como potenciais mercados. Então, elas passam a crescer economicamente próximo à média do país.”
O pesquisador do IBGE também avalia o crescimento abaixo da média na capital como um reflexo de seus limites físicos. Belo Horizonte concentra boa parte da economia do Estado, mas com a concentração, aumenta também a procura, e a vida se torna mais cara. “Nesse movimento, as cidades da região metropolitana passam a crescer mais, porque oferecem estrutura e ajudam a diminuir os custos, suprindo as necessidades que não são atendidas pela capital, como acontece em Nova Lima (1,4% de aumento) e Ribeirão das Neves (1,2% de aumento), que cresceram acima da média nacional.”
Tendência de queda
Por meio desses dados, estima-se que o Brasil tenha, hoje, 210,1 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,79% ao ano, apresentando queda do crescimento quando comparado ao período 2017/2018, conforme a Projeção da População 2018, quando o crescimento foi da ordem de 0,82%.
Minas Gerais tem a terceira capital com menor crescimento de população no país. Das 27 unidades federativas, Belo Horizonte (0,42%) só supera Porto Alegre (0,32%) e Teresina (0,4%). São Paulo segue como o município mais populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões de habitantes), Brasília (3 milhões) e Salvador (2,9 milhões). Juntos, os 17 municípios brasileiros com população superior a um milhão de pessoas somam 46,1 milhões de habitantes – ou 21,9% – da população do Brasil. Os dados divulgados pelo IBGE levam em consideração as populações dos 5.570 municípios do país, com data de referência o dia 1º de julho de 2019.