A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) instaurou o Fórum da Diversidade nesta terça-feira (28), em um evento realizado no anfiteatro do Instituto de Ciências Humanas (ICH) nesta manhã. Puderam participar da iniciativa professores, técnico-administrativos em educação (Taes), estudantes e terceirizados integrantes da comunidade acadêmica, além de representantes de movimentos e organizações sociais externos à UFJF.
A atividade marca o início da construção participativa e democrática de uma política de ações afirmativas para a instituição. Durante a manhã, o evento contou com a participação de integrantes da Administração Superior e das entidades representativas da UFJF – Associação de Docentes de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf) e Diretório Central dos Estudantes (DCE).
O responsável pela Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), organizadora da iniciativa, Julvan Moreira de Oliveira, explicou a relevância do fórum para a UFJF. “Pensando na diversidade que compõe essa área de ações afirmativas, com várias minorias, ele tem a importância de construir, de forma colegiada, com a participação de toda a comunidade da UFJF, e não a partir apenas de professores, de forma democrática, as políticas afirmativas.”
Após a abertura oficial, o professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade do Recôncavo Baiano (UFRB) Kabengele Munanga, referência na pesquisa das ações afirmativas e das culturas africanas e afro-brasileiras, palestrou para os participantes. Conforme destacou Julvan à assessoria da UFJF, Munanga teve importante contribuição na Audiência Pública do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade do sistema de cotas nas instituições federais de ensino.
Universidades estão mais abertas para discutir políticas para minorias
Munanga avalia que, cada vez mais, as universidades públicas abrem espaço para iniciativas como o Fórum da Diversidade. “Há mais pessoas engajadas, professores conscientes. Também a entrada de estudantes e professores negros oferece essa possibilidade de falar em favor das cotas, que estão lá, apesar de ter algumas pessoas ainda que são contra, mas que não se manifestam claramente.”
O professor ainda opina que as universidades podem abrir ainda mais suas portas para receber e acolher as minorias. “Tudo faz parte da consciência da universidade. Se é consciente dentro de sua autonomia universitária e pode fazer coisas que a lei não obriga, faz parte de um processo. Um fórum como esse que está sendo criado é uma proposta da universidade para trabalhar a questão da diversidade, que pode levar à ampliação de alguns temas que não eram trabalhados anteriormente.”
Durante a tarde, os participantes estarão reunidos nos grupos de trabalho (GTs) com seis temáticas distintas, quais sejam: acessibilidade e pessoas com deficiência; gênero: mulheridades e masculinidades; gênero: LGBTTI; diversidade étnico-racial; direitos humanos; vulnerabilidade social.
Julvan acrescenta que, ainda durante a tarde, serão escolhidos representantes, sendo um titular e um suplente, que vão compor o fórum. Haverá reuniões ordinárias, nas quais o grupo vai pensar ações políticas afirmativas da universidade a serem implementadas e que contemplem as seis temáticas anteriormente citadas. O calendário das reuniões também será definido durante esta tarde. O diretor da Diaaf esclarece que as inscrições para participação do fórum, neste momento, estão encerradas, mas que, possivelmente, no ano que vem, serão reabertas.