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Comunidade comemora construção de passagem para pedestres na linha férrea

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Atualizada 29/08/2017, às 17h

A passagem para pedestres recém-construída em frente ao Bairro Jóquei Clube II, entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Antônio Weitzel, na Zona Norte, já está sendo utilizada pela população do Jóquei, Barbosa Lage, Remonta e Parque das Torres. O caminho foi aberto pela MRS Logística após reivindicações da comunidade, que antes da intervenção precisava fazer a travessia de maneira insegura no mesmo ponto que era improvisado. Agora, o trecho foi oficializado, com a colocação de grades, escada e ainda receberá iluminação.

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Moradores de Jóquei, Barbosa Lage, Remonta e Parque das Torres usavam escada antiga e de difícil acesso

 

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Com as reivindicações, MRS criou caminho mais seguro, colocando grades e nova escada (Fotos: Marcelo Ribeiro)

 

“Cerca de quatro mil pessoas passam por dia pela travessia. Nós trabalhamos muito, estamos insistindo nesse projeto há cinco anos. Fizemos muitas manifestações, acompanhamos muitas reuniões. Na primeira delas, conseguimos sete mil assinaturas. Depois de tanto tempo, deu certo”, narra o presidente da Associação de Moradores do Jóquei Clube II, Sebastião Adão. Segundo ele, o retorno da comunidade foi imediato. “Antes, tínhamos que subir rebocados, um segurando o outro. Agora podemos passar tranquilamente. Agora o que falta é o detalhe: a iluminação, que também já conseguimos firmar o compromisso de que vai acontecer”, comemora Adão.

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“A passarela é muito mais alta do que as existentes em outras localidades, como a do Bairro Araújo, por exemplo. Ela não é adequada para idosos, pessoas que têm problema de pressão, labirintite. Eu fiquei muito tonta quando tive que subir lá e não tenho coragem de passar com a minha mãe que tem mais de 90 anos. A travessia baixa nos atende muito mais”, diz Rosemeire Rosane da Silva, integrante da Associação de Moradores do Parque das Torres e do Conselho Local de Saúde.

“Está valendo muito a pena”, afirma a dona de casa Suelen Rodrigues de Jesus, moradora da região. “Agora atravessamos com mais segurança. Temos um espaço para esperar o trem passar. Eu já caí na passagem antiga, que era muito perigosa. Pessoas mais idosas, com maior dificuldade de andar tinham muita dificuldade. Fora que era perigoso, porque era um espaço isolado e sem iluminação.”

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Pesquisa aponta comportamento de risco dos juiz-foranos

A MRS Logística fez uma pesquisa, em junho deste ano, por meio de entrevistas com a população de locais com grande circulação de pessoas, nas cidades de Juiz de Fora e Pinheiral (RJ), que são cortadas pela linha férrea em toda a sua extensão. A intenção era conhecer melhor os comportamentos que podem gerar risco. Somente em Juiz de Fora, até agosto, foram registrados 13 atropelamentos e abalroamentos na via férrea, número que já é maior do que o total de 11 acidentes ocorridos em todo o ano passado.

“Tínhamos duas metas principais, a primeira era identificar hábitos e percepção das pessoas em Juiz de Fora e Pinheiral, com informações mais objetivas, números, para entender onde o risco está concentrado. A segunda era avaliar a comunicação e a forma como as pessoas recebem as mensagens que precisamos passar”, explica o gerente geral de comunicação da MRS, Marcelo Kanhan. A partir de agora, a MRS deve cruzar todos os dados com a base de acidentes ocorridos para tentar identificar algum padrão. “Esse seria o nosso maior ganho. Conseguir identificar padrão de risco para trabalhar comunicação, relacionamento, medidas de barreira e bloqueio novas.”

A pesquisa contou com uma amostragem de 609 pessoas. “Percebemos que Juiz de Fora tem um perfil de tolerância ao risco mais alto, em praticamente todos os quesitos analisados. Os motoristas se arriscam um pouco mais quando a cancela está baixando. Pedestres e motoristas forçam a passagem, quando têm que parar. O consumo de álcool também foi preocupante. Ao todo, 16% dos participantes disseram concordar total ou parcialmente com a afirmação : mesmo sendo proibido, ingerir uma pequena quantidade de álcool não atrapalha na hora de dirigir.”

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Outra situação preocupante, conforme Kanhan, é de pessoas que afirmam conseguir fazer a passagem mesmo com a sinalização indicando a parada. “Um total de 4% diz frequentemente fazer a passagem mesmo com a sinalização acionada e mais 2% dizem sempre fazer. Parece baixo, mas é esse o comportamento que leva aos acidentes das imagens que disponibilizamos há dois anos e meio.” Motoristas com pouco tempo de carteira também são foco de preocupação para a MRS, por comportamentos relacionados a risco.

Ao mesmo tempo, mais da metade das pessoas ouvidas indicou que o tempo de passagem do trem é curto, algo que causa surpresa. De acordo com Marcelo Kanhan, mais ou menos 60% das pessoas não enxergam esse tempo como um fator crítico. Sobre as sinalizações existentes, 75% das pessoas concordam que elas são claras e acessíveis.

 

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