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Empresário que confessou ter matado a esposa se entrega à Polícia Civil após decisão do TJMG

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Marina foi morta aos 35 anos e teve seu corpo jogado em mata do Bairro Aeroporto (Foto: arquivo pessoal)
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O empresário de 38 anos que confessou ter assassinado a própria esposa, a psicóloga Marina Gonçalves Cunha, 35, se entregou à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (28), menos de 24 horas depois de ter o habeas corpus derrubado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele chegou por volta das 9h à Casa da Mulher, no Bairro Jardim Glória, acompanhado por seu advogado. Com placar de dois votos a um, foi revogada na quarta a soltura concedida em caráter liminar pelo relator Sálvio Chaves, da 7ª Câmara Criminal, no último dia 14. O homem havia sido preso uma semana antes e permanecido no Ceresp de Juiz de Fora, para onde foi reconduzido no fim da manhã. A defesa do investigado informou que vai recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e responsável pelo inquérito que investiga o possível crime de feminicídio, Ione Barbosa, informou nesta quinta que os policiais já estavam em busca de recapturar o envolvido desde a expedição do novo mandado de prisão preventiva. “Já estávamos no encalço dele, ontem e hoje pela manhã. Ele acaba de se entregar na delegacia”, afirmou a delegada. “A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça, impetrando o habeas corpus, e conseguiu a liminar do desembargador, que veio a soltá-lo. Agora, tivemos o conhecimento de que houve uma votação em órgão colegiado, que reverteu essa situação e denegou o habeas corpus. Isso significa dizer que ele se encontra com mandado de prisão em aberto e iremos cumprir neste momento aqui na delegacia”, completou.

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Segundo a assessoria do TJMG, os outros desembargadores, Paulo Calmon Nogueira da Gama e Marcílio Eustáquio Santos, discordaram do habeas corpus no julgamento do mérito e emitiram votos favoráveis à prisão preventiva do empresário. Ainda conforme o TJ, os dois magistrados consideraram o comportamento do investigado frio e calculista, evidenciando uma tentativa de dissimular o crime, o que justificaria a necessidade de cárcere.

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O cadáver foi jogado em uma mata na região do Parque da Lajinha, no Bairro Aeroporto, Cidade Alta, sendo encontrado apenas no dia 31 de maio, dez dias depois da suposta morte por esganadura no apartamento do casal no Bairro São Mateus, Zona Sul. Também foi relevante o fato de o investigado ter retirado a aliança e os brincos da vítima e, possivelmente, ter desfigurado o rosto da mulher com algum produto, deixando o corpo nu. A psicóloga só foi identificada por familiares no dia 7 de junho e, por pouco, não foi enterrada como indigente.

Inquérito que apura feminicídio deverá ser concluído em dez dias

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Sobre o andamento das investigações do possível feminicídio de Marina Gonçalves Cunha, a delegada Ione Barbosa garantiu que muitas pessoas já prestaram depoimento, incluindo familiares da vítima. “Várias diligências já foram cumpridas, e os investigadores fizeram incursões aos locais do fato. Mas ainda faltam diligências e outras pessoas para serem ouvidas.” Após a soltura do empresário, ela já havia solicitado dilação do prazo. Como o investigado voltou a ser preso, o tempo para conclusão, segundo a delegada, volta a ser de dez dias. “Vamos terminar o mais rápido possível por conta desta situação, necessariamente, agora, em dez dias. Será concluído e enviado à Justiça.”

Em relação às provas, Ione informou haver outras, além das imagens das câmeras de segurança do prédio do casal, no São Mateus, que revelaram a saída do morador com um carrinho de supermercado coberto por sacolas, supostamente para esconder o corpo da esposa. “Há várias provas, com pesos diferentes. É claro que cada uma tem sua importância. As declarações estão todas condizentes com os fatos noticiados. Mas não podemos adentrar no que está sendo produzido por poder causar prejuízo à própria investigação. Vamos aguardar e, ao final, daremos mais informações”, concluiu Ione.

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A concessão do habeas corpus ao empresário havia revoltado a família da vítima, já que o comportamento do investigado junto aos familiares durante o desaparecimento de Marina, por mais de 15 dias, havia sido dissimulado. Antes de confessar a morte dela por esganadura, após o reconhecimento do corpo no dia 7 de junho, alegando ter se excedido durante uma briga do casal, o empresário continuou convivendo normalmente com os parentes, afirmando que a mulher havia saído de casa com “nojo” dele e das crianças. Alguns dias depois, ele viajou com os três filhos do casal, com idades entre 2 e 6 anos, para pontos turísticos do Rio de Janeiro, terra natal dele.

O assassinato da psicóloga, natural do Acre e moradora de Juiz de Fora, causou enorme comoção na cidade. Na última sexta-feira (22), a trágica morte foi lembrada em dois atos promovidos por coletivos no Centro. A intenção foi justamente cobrar que o marido dela e assassino confesso voltasse a ser preso, além de chamar a atenção para a luta contra os casos de feminicídio.

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