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Juiz-forana faz vaquinha para custear estudos na 9ª melhor universidade dos EUA

arquivo pessoal
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“Creio que meu diferencial tenha sido meu histórico de impacto e envolvimento com minha comunidade. Desde muito cedo, busquei não só aproveitar as oportunidades disponíveis ao meu redor, mas também criar formas de servir às coletividades das quais eu fazia parte”, conta Marina Malvaccini (Foto: Arquivo pessoal)
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A juiz-forana Marina Malvaccini, de 19 anos, foi aprovada na Brown University, considerada a 9ª melhor universidade dos EUA. A jovem, que sonha em cursar educação, também foi aprovada na USP e Unicamp. Porém, optando por estudar fora do país, Marina criou uma vaquinha on-line para arrecadar fundos e conseguir seguir com os estudos nos EUA.

Nascida e criada em Juiz de Fora, durante todo seu processo educacional, Marina Malvaccini se envolveu com projetos extracurriculares, desde clubes de debates e liderança estudantil até a prática de esportes. “Percebi o quão potente é uma educação que extrapola a sala de aula”, afirma a jovem.

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Desde os 14 anos, ela sonha em estudar no exterior, depois de, em um evento de debates no Rio de Janeiro, conhecer um garoto que havia sido aprovado em Harvard. “Nesse momento, percebi que estudar no exterior não era só coisa de filme, mas algo que eu também poderia alcançar, e isso despertou o meu desejo”, completa.

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Aprovação

Diante da escolha, Marina atentou-se, durante todo seu Ensino Médio, a tudo que seria importante em sua candidatura a uma vaga em uma universidade no exterior, como a excelência acadêmica e o envolvimento extracurricular.

Em 2022, no final do 3º ano do Ensino Médio, Marina foi aprovada no Prep Estudar Fora, um preparatório gratuito da Fundação Estudar, que oferece apoio a alunos brasileiros que desejam estudar no exterior. Mesmo com aprovação em duas universidades brasileiras, a estudante optou por seguir seu sonho e começou a preparar suas candidaturas.

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Das 20 universidades às quais se candidatou, Marina foi aprovada em quatro delas: University of Wisconsin-Madison, Trinity College, Hobart & William Smith Colleges e Brown University. “Escolhi Brown por ser uma universidade reconhecidamente prestigiada, ranqueada como a 9ª melhor do país, e também devido ao seu ‘currículo aberto’, ou seja, lá tenho a liberdade para construir meu próprio currículo acadêmico, unindo diferentes conhecimentos que sirvam aos meus interesses e objetivos”, justifica.

Vaquinha on-line

Com a aprovação na Brown University, o valor necessário para custear os estudos se tornou o novo desafio. Segundo Marina, no total, incluindo alimentação, moradia e despesas pessoais, a vida na universidade custa quase U$ 100 mil por ano, ou seja, mais de R$ 40 mil por mês. Mesmo com bolsa parcial, apoio de familiares e a possibilidade de trabalhar no campus da universidade, há, ainda, uma lacuna de, aproximadamente, U$ 30 mil anuais, segundo as contas de Marina.

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Por isso, para completar o valor, a estudante está buscando alternativas. Entre elas, está a campanha de financiamento coletivo para custear seu primeiro ano de estudos. “Trata-se de uma campanha Tudo ou Nada, em que as doações são integralmente devolvidas aos apoiadores caso a meta não seja alcançada”, explica. Os interessados podem contribuir com qualquer valor até o dia 21 de julho, neste link, veiculado nas redes sociais de Marina.

“Costumo dizer que meu grande sonho não é estudar fora, é retornar ao Brasil e impactar a educação brasileira. Meu objetivo ao estudar em Brown é ganhar conhecimentos e experiências de ponta nas áreas de Educação, Psicologia e Políticas Públicas, para estar mais qualificada para liderar mudanças significativas na educação pública do Brasil. Através da sensibilidade, inovação metodológica e desenvolvimento relacional, pretendo criar as mais refinadas abordagens para uma educação realmente transformadora em nossas escolas — garantindo que nenhum jovem saia da escola sem saber o que é uma educação de verdade”, expressa Marina.

Por onde começar?

Para aqueles que também sonham em estudar no exterior e não sabem como iniciar a preparação, Marina explica que, além de ser um processo diferente do Brasil, circulam, ainda, muitos mitos sobre ele. Portanto, o primeiro passo no processo de candidatura às universidades estadunidenses é conhecê-lo de forma clara e profunda. “Para mim, foi essencial desenvolver uma compreensão clara e verdadeira, para que eu me sentisse segura ao longo do processo”. 

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Ela acrescenta que existem instituições sem fins lucrativos, como a Fundação Estudar e a Brasa, que oferecem informações gratuitas e de qualidade para todos que desejam seguir o sonho de estudar no exterior.

Além disso, é possível se preparar desde cedo, de acordo com ela. “Creio que meu diferencial tenha sido meu histórico de impacto e envolvimento com minha comunidade. Desde muito cedo, busquei não só aproveitar as oportunidades disponíveis ao meu redor, mas também criar formas de servir às coletividades das quais eu fazia parte”.

Marina ressalta que apesar do envolvimento extracurricular ser um importante fator para quem deseja tentar universidades fora do Brasil, esse nunca foi o único motivo de seus projetos, visto que eram movidos, principalmente, por sua “vontade genuína de movimentar e impactar os ambientes onde estava”. 

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*Estagiária sob supervisão da editora Rafaela Carvalho

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