O número de acidentes na linha férrea em Juiz de Fora aumentou mais do que cinco vezes no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. Conforme dados da MRS, concessionária responsável pela malha ferroviária que passa pela cidade, foram 11 acidentes entre janeiro e junho de 2017, contra dois no mesmo semestre do ano passado, aumento de 450%. A quantidade de acidentes até agora foi a mesma do que a registrada em todo o ano passado. Com esses dados, Juiz de Fora segue sendo a cidade onde mais se registram atropelamentos e colisões na linha férrea entre os 105 municípios nos quais a empresa está presente.
Em toda a malha, foram contabilizados 56 registros. Isso representa uma média de um acidente a cada duas cidades ao longo de todo o primeiro semestre. Se compararmos esses números ao realizado no primeiro semestre de 2016, período em que houve 36 atropelamentos ou colisões, chega-se a um aumento de 55%. Para a MRS, apesar do resultado ser considerado “muito bom se comparado a outros modais”, é um alerta para pedestres e motoristas que atravessam a ferrovia. Depois de Juiz de Fora, completam a lista das cidades com mais ocorrências Santos Dumont, com cinco, e Itaguaí (RJ), com quatro casos.
No balanço realizado pela empresa, 21% dos acidentes são causados por desatenção dos pedestres e motoristas, 16% são casos de suicídio, 14% referem-se a uso de álcool e outras drogas, 9% por impaciência, 7% por uso irregular da faixa de domínio para passagem, 4% por carona no trem e 2% por utilização da faixa de domínio para uso de álcool ou outras drogas. Os 27% restantes são atribuídos à imprudência, casos em que não foi possível concluir se o envolvido estava sob efeito de álcool ou drogas, desatento, impaciente, pegando carona na composição ou utilizando indevidamente a faixa de domínio da ferrovia.
Em todo o ano passado, Juiz de Fora registrou 11 casos de acidentes, redução de 39% em relação a 2015. A diminuição de casos em Juiz de Fora havia sido constatada pelo quarto ano consecutivo, mesmo assim, a cidade continuava no topo do ranking onde foram registrados mais acidentes na malha sob administração da MRS.
“Com o objetivo de reduzirmos os atropelamentos e abalroamentos na ferrovia, temos realizado uma série de ações de conscientização junto às comunidades. O que nos angustia é que poderíamos, sim, chegar ao índice zero de acidentes. Atitudes muito simples poderiam nos garantir este objetivo, como atravessar a linha férrea apenas em locais permitidos, não tentar passar na frente do trem quando a composição estiver se aproximando, enfim a adoção do comportamento seguro. Infelizmente ainda presenciamos atitudes imprudentes na ferrovia, por este motivo precisamos continuar disseminando a cultura de segurança”, ressalta o especialista em Segurança e Riscos Operacionais, Filipe Berzoini, por meio da assessoria de imprensa da MRS.
Confira algumas das cenas de imprudência capturadas pelas câmeras de segurança da MRS: