O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) vai começar a operar como Serviço de Atenção Especializada no Processo Transexualizador. A formalização aconteceu por meio de publicação, este mês, no Diário Oficial da União. O hospital já estava habilitado para procedimentos cirúrgicos desde a divulgação de portaria em 30 de março.
“O HU-UFJF, hospital de ensino, que tem como uma das suas missões prestar assistência integral e de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), reforça seu compromisso de ampliar e aprimorar a atenção à saúde e a linha de cuidado da população em diversidade de gênero, pessoas transexuais e travestis”, afirma o superintendente do HU, Dimas Araújo.
Conforme publicação do Governo federal, “todo esse cuidado está amparado nas diretrizes de assistência ao usuário(a), conforme o artigo 2 da Portaria 2.803, de 19 de novembro de 2013, que redefine e amplia o processo transexualizador no SUS: integralidade da atenção a transexuais e travestis, não restringindo ou centralizando a meta terapêutica às cirurgias de transgenitalização e demais intervenções somáticas; trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional; integração com as ações e os serviços em atendimento ao processo transexualizador, tendo como porta de entrada a atenção básica em saúde, incluindo-se acolhimento e humanização do atendimento livre de discriminação, por meio da sensibilização dos trabalhadores e demais usuários e usuárias da unidade de saúde para o respeito às diferenças e à dignidade humana, em todos os níveis de atenção”, assegura o superintendente.
Os atendimentos serão gratuitos, mas ainda não há previsão de quando vão começar, uma vez que o hospital está se estruturando para receber as demandas. Segundo o Governo federal, “em relação à fila de atendimento, está sendo realizado um levantamento com as necessidades de cada serviço dentro da instituição, englobando, também, as demandas na rede de saúde já existentes fora da instituição”.
Entre os procedimentos a serem oferecidos gradativamente no Serviço de Atenção Especializada no Processo Transexualizador, estão: hormonioterapia, retirada de mama, útero, ovário e trompas, implantação de próteses e cirurgias plásticas de reconstrução. Além disso, equipes multiprofissionais, que contam com psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, grupo de humanização, comunicação e ouvidoria, estão responsáveis por promover uma série de ações de acolhimento e capacitação com colaboradores do HU.
“O acolhimento no ambulatório será multiprofissional e as equipes multi vão atuar em âmbito ambulatorial e durante toda a permanência na ala cirúrgica do hospital, proporcionando todo acompanhamento e suporte, promovendo um cuidado integral aos usuários”, relata a chefe da Unidade Multiprofissional, a psicóloga Priscilla Noé. “Ações de educação em saúde estão sendo planejadas para realização junto aos profissionais, professores, preceptores, residentes, alunos, pacientes e toda comunidade que tem interface com o centro de referência, incluindo representantes do movimento LGBTQIAP+.”
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