Setenta alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) amanhecem nesta quarta-feira de casa nova. Eles foram selecionados para ocupar a Moradia Estudantil, uma reivindicação antiga dos estudantes, que, desde 2010, aguardavam pela liberação do prédio. O sorteio das chaves dos quartos foi realizado no final da tarde desta terça-feira (27) no anfiteatro das Pró-Reitorias, onde os contemplados assinaram o termo de ocupação. Nesta quarta, os alunos poderão se mudar para os dois blocos da Moradia, A e B, localizados no Bairro São Pedro, próximo à UFJF. Eles serão recebidos com café da manhã, a partir das 9h.
Coordenadora de movimentos sociais do Diretório Central dos Estudantes, Lêda Mendonça vê na moradia mais que um direito, uma necessidade de permanência de tantos alunos dentro da universidade. “Apesar de as políticas da UFJF serem boas, elas ainda estão aquém daquilo que esperamos de uma instituição deste porte. Apesar de ser um recurso do Governo, a habitação é essencial para a continuidade dos estudos. Este é um importante primeiro passo, e isso demanda de nós e dos contemplados que esse benefício não acabe por si só, nem mesmo seja abandonado ou mal gerido. É preciso analisar o quanto ainda deve-se ampliar as vagas. Estamos felizes, mas é uma felicidade com responsabilidade”, finalizou.
Os ocupantes da Moradia Estudantil também terão direito a concorrer à Bolsa Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), uma vez que sua situação de vulnerabilidade socioeconômica já foi comprovada pela Pró-Reitoria de Assistência Estudantil. A vaga é pessoal e não pode ser cedida a outro estudante.
Os acadêmicos podem permanecer na Moradia até o final da primeira graduação ou até, por, no máximo, passados dois semestres do prazo previsto para conclusão do curso. O não cumprimento das regras pode resultar na perda da vaga. A continuação na Moradia depende também da persistência da vulnerabilidade socioeconômica dos selecionados e da atualização de dados cadastrais nos prazos estipulados.
Como já noticiado pela Tribuna, os recursos federais empregados na construção dos dois prédios somam R$ 4.225.969. Sua entrega já chegou a ser adiada por diversas vezes, mesmo após a conclusão das obras. Em 2013, a pró-Reitoria de Infraestrutura prometia a entrega ainda no mês de agosto daquele ano. Em 2014, antes da posse do ex-reitor Júlio Chebli, a comissão para o regimento chegou a ser criada, sem andamento dos trabalhos. Em maio de 2015, os alunos da UFJF ocuparam a Reitoria da instituição, cobrando da administração uma postura em relação à abertura do local. Após a renúncia de Chebli, o vice-reitor Marcos Chein deu continuidade às conversas, buscando o diálogo com o Governo federal para realizar as adequações. Com a posse da gestão de Marcus David, a proposta de reforma do imóvel foi levada ao Conselho Universitário (Consu), integrando um pacote de R$ 155.853,27, valor que contempla ainda outras obras da instituição.