Pessoas em situação de rua, representantes do Poder Público e instituições que atendem essa população ficaram reunidas durante toda essa quarta-feira (25) no Museu do Crédito Real, no Centro, para pensar e debater propostas para a política estadual para o grupo. As sugestões levantadas no Município serão encaminhadas paras as próximas etapas do Fórum Técnico e depois farão parte da discussão final, que acontece entre os dias 11 e 13 de junho em Belo Horizonte. “Conseguimos aprovar quase todas as propostas com consenso”, avaliou Tomaz Moreira, coordenador da Política Estadual para a População de Rua da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, que considerou o evento “relevante e produtivo”, por dar voz a diversos atores envolvidos no tratamento interdisciplinar da população em situação de rua.
As discussões foram divididas em dois grupos de trabalho. Cada um deles trabalhou com um grande eixo. O primeiro dedicou-se aos temas de moradia, trabalho, saúde e assistência e, o segundo, a direitos humanos, cidadania, cultura e educação. Deles surgiram tanto alterações e adequações em propostas feitas em etapas anteriores, quanto novas ideias, que foram formatadas no encontro. “Um dos grupos pensou em consolidar a ideia de acampamentos em espaços públicos, que não são utilizados durante a noite, como ginásios e parques. Eles montariam as barracas durante a noite e as desmontariam de dia, para que os equipamentos possam ter seu uso preservado. Nesses acampamentos também devem ser instalados banheiros químicos”, pontua Tomaz. Outra sugestão foi a ampliação no número de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) e da disponibilização de recursos para essa frente de trabalho. No total, foram definidas cinco propostas por 65 participantes.
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“É interessante porque a população em situação de rua pode estar nesse momento fazendo propostas, falando sobre o que impacta o seu cotidiano. Isso vai dar subsídio para que o Estado realmente possa tornar efetivas as demandas dessa população. Que eles possam ter vez, voz e sejam protagonistas desse processo”, avalia a a coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos de Juiz de Fora e regional Zona da Mata, Fabiana Rabelo dos Santos. “Esse momento é essencial. Toda a rede esteve presente, isso é ótimo para o município. Porque é a partir do diálogo que as ações são construídas para garantir a cidadania dessas pessoas”, reforça Fabiana.
Além das sugestões para o plano, foram eleitos seis representantes do município que participarão da etapa final do fórum. Duas pessoas do Poder Público, dois moradores em situação de rua e dois funcionários de serviços oferecidos pelo Município. Tomaz também destacou que o evento final é aberto a quem quiser participar. Assim como a consulta pública feita no site da ALMG, que teve o prazo final estendido para o dia 11 de maio.