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Polícia indentifica um dos suspeitos de ataque homofóbico

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Atualizada às 1805

Lucas Ferreira sofreu queimaduras na cabeça, na face, no tórax e no braço. (Foto: reprodução Facebook)

A Polícia Civil já identificou um dos sete suspeitos de terem agredido o jovem Lucas Ferreira, 21 anos, atacado com um artefato explosivo semelhante a um coquetel molotov, possivelmente por motivos homofóbicos e racistas, no último dia 12, quando transitava pela Avenida Sete de Setembro, no Bairro Costa Carvalho, Zona Sudeste de Juiz de Fora. Segundo o delegado da Especializada de Homicídios e responsável pela investigação, Rodrigo Rolli, o suposto agressor foi apontado pela própria vítima durante depoimento na manhã desta quinta-feira (27). O rapaz, que ainda não teve a idade divulgada, já teria ameaçado Lucas e tentado agredi-lo em outras ocasiões, em bairro na mesma região onde aconteceu o crime. Rolli disse que o suspeito, junto com um tio dele, que estaria envolvido e seria pivô da conduta criminal, foram intimados e deverão ser ouvidos nesta sexta (28) na delegacia, com o objetivo de identificar os outros envolvidos. O bando encapuzado estava armado com bastão de madeira.

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“Vamos intimar o jovem (suspeito) para qualificá-lo de forma efetiva e comprovar a autoria. Vamos ouvi-lo para que aponte também quais seriam os outros agressores”, enfatizou Rolli. “A vítima já havia sofrido ameaças anteriores por conta de sua opção sexual e era injuriada de forma caluniosa. Não satisfeito com essas agressões verbais, o rapaz identificado passou a cercá-la e já havia se armado com um pedaço de pau, mas a vítima conseguiu escapar. O jovem chegou a diminuir sua frequência no bairro, mas toda vez que passava pelo local recebia olhares em tom de ameaça. No entanto, não registrou boletim de ocorrência relacionado a esses fatos”, contou Rolli, destacando a importância do ato. “As vítimas devem registrar boletim o mais rápido possível para que a polícia tome conhecimento do fato. Nos crimes contra a vida é muito importante a rapidez para investigarmos e conseguirmos trazer à tona os fatos com mais facilidade.” Também desta vez, Lucas só teve forças para procurar as autoridades policiais e denunciar a violência cinco dias depois, após perder o emprego como cuidador de idosos, por ter se afastado para se tratar.

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Em matéria publicada pela Tribuna na quarta-feira, o jovem, negro e homossexual, contou ter ouvido dos agressores: “Não queremos viado andando na nossa área”, sendo em seguida surpreendido pelo explosão. Ele sofreu queimaduras de segundo grau na cabeça, face, tórax e braço, sendo socorrido por um taxista que passou pelo local e ajudou a espantar os agressores. A vítima foi levada para casa e procurou atendimento médico no dia seguinte na Regional Leste, quando voltou a enxergar. O delegado informou que vai solicitar o prontuário do paciente para fazer o exame de corpo de delito indireto.

Rolli acrescentou que ainda não foi identificado o tipo de artefato explosivo utilizado pelo bando. O caso chegou a ser encaminhado para a delegacia da área, mas foi configurado como tentativa de assassinato e transferido para a Especializada de Homicídios a pedido da chefia. Conforme o delegado, os envolvidos serão indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, devido à homofobia, e por meio cruel, pelo emprego de artefato explosivo. “A investigação já está adiantada, e o caso também está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB”, lembrou Rolli.

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Só em 2017, o Movimento Gay de Minas Gerais (MGM) já registrou oito casos de homofobia, que vão desde uma expulsão de escola a conflitos familiares. O MGM também disponibilizou apoio jurídico e psicológico a Lucas.

 

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