O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou o pedido de liberdade provisória de pelo menos três dos cinco envolvidos nas investigações do Ministério Público Federal (MPF) que apuram irregularidades nas obras do Hospital Universitário da UFJF. De acordo com o andamento processual, foi indeferido o pedido do ex-reitor Henrique Duque, do ex-pró-reitor Carlos Elizio Barral Ferreira e do ex-secretário de Assuntos Jurídicos da UFJF Nilson Rogério Pinto Leão. Outros dois envolvidos, o diretor-presidente da Tratenge Engenharia, Renato Moraes Salvador Silva, e a funcionária da empresa Maria Cristina de Resende também permanecem detidos. Na sexta-feira (23), o advogado da empresa, José Sad Júnior, disse que só comentaria o processo após o retorno dos autos a cargo do MPF.
De acordo com o advogado Sérgio Sefair, que representa o ex-pró-reitor, a defesa ingressou, também, com pedido de habeas corpus no mesmo tribunal, no entanto, até o fechamento desta edição, a solicitação não havia sido julgada. Segundo Sefair, no pedido de liberdade provisória negado, o juiz reiterou os argumentos da decisão que ordenou a prisão preventiva. Conforme a Tribuna havia noticiado, a detenção teve como justificativa a necessidade de evitar a manipulação de provas.
No último contato feito com a defesa de Duque, no sábado (24), o advogado Lucas Sampaio tornou a dizer que não mais comentaria o andamento processual, pois todas as ações são encaradas como estratégia da defesa. A reportagem também ligou na tarde desta segunda para o advogado Sávio Romero Cotta, que representa Nilson, mas a ligação foi interrompida. Apesar de novas tentativas, não houve sucesso no contato. Segundo o sistema do TRF1, há outro pedido de liberdade a seu favor ainda não julgado.
HU/UFJF
Os cinco envolvidos estão presos em Juiz de Fora desde a última quarta-feira (21), sendo os quatro homens no Ceresp, em cela de dez metros quadrados com outros detentos, e a mulher na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. As detenções foram desencadeadas pela Polícia Federal na Operação Editor em cumprimento à decisão do TRF1 após pedido do MPF. Neste processo, são apuradas fraudes na licitação do novo HU da UFJF, no Bairro Dom Bosco, além de falsidade ideológica em documentos públicos, concessão de vantagens indevidas, superfaturamento e peculato.
Internamente, a UFJF instituiu uma comissão de sindicância administrativa para apurar os danos causados às edificações que compõem o prédio em construção do novo hospital, cujas obras estão interrompidas há dois anos e oito meses. Conforme parecer desta comissão, os prejuízos em decorrência da paralisação chegavam a quase R$ 1 milhão em 2016. O atual reitor Marcus David deve falar sobre o assunto em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (27).