Um adolescente de 15 anos baleado no fim da madrugada desta terça-feira (27) na Vila Ideal, Zona Sudeste de Juiz de Fora, afirma ter sido alvejado por um tiro disparado por policiais militares em patrulhamento. O caso aconteceu na Avenida Francisco Valadares, próximo a um bar, em ponto conhecido por movimentação de tráfico de drogas. Atingido de raspão no pé esquerdo, o jovem teria embarcado em um táxi e procurou atendimento médico no HPS. Após a entrada dele, a PM foi acionada para atender a ocorrência com vítima de disparo de arma de fogo e compareceu à unidade.
O adolescente contou à PM que estava próximo ao bar, por volta das 4h30, quando avistou uma viatura Fiat Palio, ocupada por dois policiais militares. Ao perceber que seria abordado, ele teria subido em sua bicicleta e passado a transitar no sentido bairro/Centro. Ainda segundo o relato dele, um policial teria chegado a desembarcar, e ele teria acelerado para não ser alcançado. No entanto, o jovem afirmou que um militar conseguiu abordá-lo e disparou, atingindo seu pé. Em seguida, teria mandado o rapaz ir embora. Conforme a assessoria da Secretaria de Saúde, o paciente foi atendido pela equipe de traumatologia no HPS e foi liberado em seguida.
Segundo o comandante da 135ª Companhia da PM, responsável pelo policiamento na Zona Sudeste, capitão Marco Antônio de Oliveira Lima, os dois cabos que estavam trabalhando no turno em patrulhamento naquela região negaram terem disparado contra o adolescente. Os dois militares tiveram suas pistolas ponto 40 recolhidas, e o comando do 2º Batalhão está sendo comunicado sobre o fato, podendo instaurar inquérito policial militar para a apuração do caso, já que o suposto crime denunciado teria ocorrido em serviço. Por enquanto, os policiais continuam trabalhando em suas funções.
O comandante acrescentou que o Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o adolescente, morador do Miguel Marinho, na Zona Norte. “O próprio jovem falou que estava naquele local fazendo tráfico de drogas”, disse o capitão Lima, acrescentando que há mais de dez boletins de ocorrência em que o rapaz aparece como suspeito de tráfico de entorpecentes. Também de acordo com o comandante, um irmão do adolescente foi contatado e ficou como seu responsável.