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Desaparecida após chuva em JF voltava para casa para passar Natal com família

desaparecida apos chuva Silvia fatima do Nascimento y marcelo
Silvia voltava da comunidade terapêutica Vida Viva Juiz de Fora, localizada em Grama, onde era voluntária (Foto: Marcelo Ribeiro)
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Desaparecida desde a tarde de segunda-feira (24), Silvia Fátima do Nascimento, 41 anos, foi surpreendida pela chuva quando passava pelo Bairro Bom Jardim, por volta de 15h. Ela voltava da comunidade terapêutica Vida Viva Juiz de Fora, localizada em Grama, onde era voluntária. Silvia tentava chegar em casa, na Rua Doutor Eurico Viana, na Vila Alpina, no momento em que seu Corsa, ano 1997, ficou ilhado em meio à enchente que arrastou veículos e inundou várias residências. O carro dela acabou sendo arrastado para dentro do Córrego do Yung, sendo localizado somente na terça-feira (25), no Rio Paraibuna. Familiares de Silvia, que acompanham as buscas desde o Natal, estão muito apreensivos com a falta de notícias. A mãe dela, Regina do Nascimento, 65 anos, sofre de diabetes e está muito abalada com o sumiço da filha mais velha.

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Silmara Cristina do Nascimento, 35, irmã de Silvia, disse que a dor é maior diante da incerteza. “A dúvida é pior. O problema todo é a busca. Não tem corpo, não tem notícias, e nem sabemos onde ela está. Sinceramente, eu não tenho mais esperanças de encontrá-la viva pela situação em que o carro foi localizado e pelas galerias por onde o veículo passou. Mas minha mãe ainda acredita que um anjo possa tê-la recolhido e carregado para algum lugar”, afirmou, embora não haja registro da entrada de Silvia em nenhum hospital da cidade.

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Carro, reconhecido pela família foi encontrado dentro do Paraibuna, próximo à ponte da Rua Benjamin Constant (Foto: Fernando Priamo)

Segundo Silmara, a família já tinha combinado de se reunir para comemorar o Natal na casa da matriarca, quando a notícia do desaparecimento deixou todos desnorteados. Desde então, os parentes acompanham os trabalhos do Corpo de Bombeiros e vêm refazendo o trajeto a partir de onde o carro foi tragado pela correnteza. “Infelizmente, não há sinal dela”, lamenta. Segundo os bombeiros, por volta das 15h desta quarta, militares da corporação faziam buscas nas imediações da Usina de Marmelos .

O diretor da comunidade terapêutica onde Silvia atuava como voluntária, pastor Daniel de Jesus Lage Ribeiro, contou que ele e a esposa se despediram dela na tarde do dia 24 e que estavam felizes com o atual momento de vida da ex-paciente, a quem ele se refere como “aluna”. “Era um dia muito especial para ela, porque estava indo para casa passar o Natal com a família em uma situação muito diferente das outras. De alta, ela tinha mudado de vida, mantendo o vínculo com a gente através do trabalho voluntário. Ela buscava doações, ia ao Ceasa e passava parte do dia com as alunas. Sempre foi uma pessoa excelente e mesmo após a alta continuou participando dos cultos onde a gente congrega. Estamos muito tristes com o que aconteceu”, disse Daniel.

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Tragédia

O desaparecimento da voluntária é mais um capítulo trágico na história da família. Há três anos, Silvia perdeu o único filho em casa, quando o menino de 2 anos e meio caiu da laje, de uma altura superior a dois metros de altura. Socorrido com vida, Davi ainda passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. Desde então, Silvia passou por um grave problema de depressão, sendo internada na clínica onde se tornou voluntária. “Atualmente, ela vivia uma de suas melhores fases, porque estava reconstruindo sua vida. Mas carregava no carro, junto dela, as roupinhas do filho, toalhinha e um tercinho. Falava nele todos os dias e, à noite, dormia abraçada ao bichinho de pelúcia preferido do Davi, um macaquinho que ele arrastava para onde ia. A perda dele foi um baque enorme para ela. Agora que ela estava se recuperando”, comentou Silmara. No Facebook de Silvia, é possível vê-la na foto do perfil abraçada ao garoto em setembro de 2016. É a última atualização da página.

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