Belmiro Braga fica logo ali. E não é ali de mineiro. Poucos quilômetros separam Juiz de Fora do município que guarda verdadeiras riquezas do patrimônio histórico e cultural da época dos barões do café, cercado por natureza exuberante, fazendas com casarios centenários que nos fazem respirar história e inspirar poesia. A cidade que, aliás, tem nome de poeta,vive uma simplicidade que encanta. Lá ainda é possível saber quem é quem, reconhecer as pessoas pelo nome de família, andar calmamente pelas ruas, encontrar amigos e sentar no banco da praçapara simplesmente prosear.
Parece que o tempo é o senhor do lugar e a única pressa é a do visitantepara descobrir o que de bom tem por lá. Com acesso rápido pela BR-040, seguindo pela MG-353, Belmiro Braga se descortina aos olhos do visitante com umacidade típica do interior: rotina calma e sem sobressaltos que a população dosgrandes centros urbanos já desaprendeu a viver, mas não se cansa de admirar e desejar.
A proximidade com Juiz de Fora faz de Belmiro Braga um destino valorizado por quem busca segurança e sossego para criar a família, sem abrir mão do acesso fácil a um centro comercial e urbano, com toda a infraestrutura de educação, saúde e lazer. É neste cenário, que une o melhor de dois mundos – o rural e o urbano – que a Predial Godinho estará, em breve, lançando seu novo empreendimento. O Portal Belmiro Braga é um loteamento urbano, há 20 minutos – 25 km – do centro de Juiz de Fora. Ele concilia conforto e qualidade de vida, com toda a infraestrutura necessária: água, luz, calçamento, passeios gramados, portaria e mirante de lazer.
A beleza de São José das Três Ilhas
A poucos quilômetros do centro de Belmiro, se chega ao distrito de São José das Três Ilhas, com cerca de 200 habitantes. Não é nenhum exagero dizer que o lugar é coisa de cinema. Em 1998, as ruas e construções do pacato vilarejo foram invadidas pela produção e atores do filme “O Menino Maluquinho 2”, do premiado diretor Fernando Meirelles, com Stênio Garcia e Pedro Bismark,no elenco.
Logo depois, São José das Três Ilhas voltou às telonas pelas mãos do diretor Luiz Fernando de Carvalho que filmou, no distrito, seu primeiro longa-metragem: “Lavoura Arcaica”, de 2001, baseado na obra de Raduan Nassar. Considerada uma das cem melhores produções cinematográficas brasileiras, pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), o filme levou ao vilarejo um elenco estelar formado por Selton Melo, Raul Cortez e SimoneSpoladore, no núcleo principal da trama.
Quando se chega no distrito, aprimeira imagem já é de tirar o fôlego: no alto do morro, imponente, avistamos a Igreja de São José, construída com grandes blocos de pedra, em estilo neorromântico. A construção iniciada em 1878,por mão de obra escrava, financiada pelos barões do café, é alvo de um projeto de restauração com incentivos da Lei Federal de Cultura, a Rouanet.
A vila, no entorno da igreja, forma um riquíssimo conjunto arquitetônico com 30 casarões coloniais, do século 19, muito bem conservados e tombados pelo patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais. Suas ruas com calçamento pé-de-moleque, as belas paisagens de montanhas ao redor e a hospitalidade das pessoas de São José das Três Ilhas fazem a experiência da visita algo realmente inesquecível.
E o poeta, quem é?
Sendo minha alma simples compreendida
por outras almas simples, que prazer!
Tudo que a gente faz melhor na vida
é aquilo que se faz sem aprender
Belmiro Braga
Cresceu no balcão. Jovem adulto, assume empregos de caixeiro em Muriaé, Tombos e Carangola, onde se casa. Retorna a Juiz de Fora e se torna sócio do pai em outra casa comercial. É atraído pela política local. Estabelece-se na cidade e daqui não saiu mais até morrer, a não ser para viagens esporádicas aoRio de Janeiro e à Europa, em especial a Portugal, para conhecer a aldeia natal do pai. Permaneceu sempre um caixeiro. Morreu em 1937. “Trovador, no velho e no novo sentido da palavra, estava em permanente dueto lírico com a vida. Tudo lhe era assunto para a quadra, um soneto, uma redondilha”, afirma o texto extraído da obra “Trovadores Brasileiros”, com prefácio de J.G. de Araújo Jorge, de abril de 1959.
Suas obras: Montesinas (poesia, 1902); Cantos e contos (poesia e prosa, 1906); Rosas (poesia, 1911); Contas do meu rosário (poesia, 1918); Tarde florida (poesia, 1923); Redondilhas (poesia, 1934); Dias idos e vividos (memórias, 1936); e ainda das peças para teatro intituladas Na roça; Na cidade; O divórcio; Porto, Madeira e Colares; e Que trindade!
Fonte: Humor na poesia de Belmiro Braga – Marcus Vinícius de Freitas – UFMG