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Defesa do acusado de matar psicóloga acredita em reviravolta antes do júri

psicologa capa
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A defesa de Pedro Araújo Cunha Parreiras afirmou discordar da decisão judicial que determinou a submissão do empresário de 38 anos a júri popular pelo feminicídio da esposa, a psicóloga Marina Gonçalves Cunha, 35 anos. Em nota divulgada na noite de quinta-feira (25), o advogado José Arthur Kalil anunciou que o caso “terá reviravolta antes do julgamento”. Ele também chamou de “delirante” a denúncia feita pelo Ministério Público de que o assassinato foi presenciado pelo filho mais velho do casal, de 6 anos na época do crime, ocorrido no dia 21 de maio no apartamento da família, no Bairro São Mateus, Zona Sul.

“A defesa está sendo cerceada na produção de provas referentes ao convívio péssimo que o casal tinha, pois a decisão de pronúncia não aguardou a realização da prova de modo completo.” O advogado ainda expressou “que a parcialidade e a incompletude das investigações, assim como a legislação ultrapassada, estão dificultando a defesa.” Ele vai recorrer da decisão junto Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), como já havia sido publicado pela Tribuna na quarta-feira (24).

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Kalil disse ter decidido se manifestar após ter tido acesso ao conteúdo da pronúncia, assinada na terça pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, Paulo Tristão. A partir de agora, Pedro Parreiras é réu no processo, mas o julgamento ainda não tem data marcada, porque é preciso aguardar o andamento do recurso. O empresário acusado de estrangular a própria esposa e mãe de seus três filhos foi pronunciado pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, mediante asfixia, com recurso que impediu a defesa da vítima e por feminicídio (contra a mulher por razões da condição de sexo feminino no contexto da violência doméstica e familiar), além de ocultação de cadáver e fraude processual.

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A pena para feminicídio prevê reclusão de 12 a 30 anos, mas poderá ser aumentada de um terço até a metade no caso de o crime ter sido praticado na presença de descendente da vítima, no caso, do filho primogênito. Marina ainda deixou duas meninas, com idades de 5 e 2 anos na data.

O réu havia sido denunciado pelo Ministério Público, no dia 13 de julho, pelos mesmos crimes e qualificadores. Para o promotor Juvenal Martins Folly, o marido alterou as condições do local do homicídio e escondeu o corpo em um carrinho de compras para tirá-lo do prédio e ocultá-lo em uma mata fechada, na região do Parque da Lajinha. Ele acrescentou que o acusado agiu de “maneira fria e calculista”, tentando apagar os sinais que o ligassem ao homicídio, inclusive desfigurando o rosto da vítima com o uso de alguma substância. Marina teria sido imobilizada e agredida com socos no rosto antes de ser esganada.

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A psicóloga foi encontrada com a face em estado cadavérico apenas no dia 31 de maio, dez dias depois de sua morte, e foi reconhecida por familiares em 7 de junho, mesmo dia da prisão preventiva do marido. O crime ganhou repercussão na cidade, com manifestações contra feminicídios e contra a soltura temporária de Pedro, que acabou retornando ao Ceresp poucos dias depois, onde continua detido.

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