Mais de cem policiais civis estão nas ruas de Juiz de Fora e cidades da região que integram o 4º Departamento de Polícia Civil para combater crimes de roubo e latrocínio (roubo seguido de morte). A manobra, realizada simultaneamente em 25 estados e no Distrito Federal, é coordenada pelo Ministério da Segurança Pública e pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis, e segue em execução até a quinta-feira (27). Apenas o Estado do Amazonas não participou da ação, por questões operacionais.
Denominada de Operação “Midas”, a ação teve início nas primeiras horas de quarta-feira (26) e, na região, até a a manhã desta quinta-feira (27), já capturou nove pessoas, sendo duas em Juiz de Fora, uma em Ubá, outras duas em Visconde do Rio Branco, três em Muriaé e uma em Além Paraíba. Os suspeitos ainda não tiveram as idades divulgadas. Em todo o estado, já somam 115 presos em virtude de mandados de prisão, sendo nove pegos em flagrante, além de 105 mandados de busca e apreensão cumpridos. Foram apreendidos celulares, joias, televisores, videogames, notebooks, veículos e ferramentas, além de outros objetos produtos de crime. Os números são da Polícia Civil e representam um balanço parcial, uma vez que a operação segue em andamento. ”
“Os crimes de roubo trazem à vítima abalo psicológico e, a partir do momento que tiramos eles de circulação trazemos a sensação de segurança que as pessoas tanto querem e necessitam. Dificilmente esses criminosos cometem um único roubo e, ações como esta resultando em prisões inibem que outros crimes aconteçam”, afirmou o delegado chefe do 4° Departamento, Carlos Roberto da Silveira. Na região, a expectativa é que 51 alvos de mandados sejam presos até o término da operação policial, quando será divulgado os números totais.
Números nacionais
Até o fim da tarde desta quarta-feira (26), 1.496 pessoas haviam sido presas, conforme reportagem da Agência Brasil. Do total de detenções, 427 foram por roubo, 17 por latrocínio e 783 por outros crimes, além de 269 prisões realizadas em flagrante e apreensão de 109 adolescentes. Ao todo, foram cumpridos 535 mandados de busca e apreensão e apreendidos 88 armas de fogo e 75 veículos.
Midas é a terceira operação realizada a partir de uma parceria com as polícias estaduais e coordenada pelo Ministério da Segurança Pública, no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Participam da operação conjunta oito mil policiais civis.
Em entrevista coletiva, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou que as operações têm sido lançadas de forma simultânea em todo o país para demonstrar a coordenação com as polícias estaduais. Entre as justificativas da operação, Jungmann apontou que o dinheiro roubado, principalmente de carros-fortes e de caixas eletrônicos, acaba sendo usado por facções para a prática de outros crimes, como tráfico de drogas que acaba resultando em inúmeros homicídios, contrabando e até mesmo financiamento de campanhas políticas. Ainda em sua fala, o ministro disse que o governo pretende reduzir em 3,5% ao ano o número de 63 mil homicídios registrados, em média, no país, informando também que nos próximos dias serão apresentadas as metas do Plano Nacional de Segurança Pública para 2019.
O nome da operação é uma é uma referência ao conto de um rei que tocava nas coisas e as transformava em ouro. Seu principal mal era a ganância, tal qual é o objetivo de roubo e latrocínio combatidos nesta operação, porém com a finalidade de causar malefícios à vítima e à sociedade.