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Nova vacina contra herpes-zóster chega a clínicas de Juiz de Fora

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O novo imunizante contra o herpes-zóster, doença conhecida popularmente como cobreiro, causada pelo vírus Varicella zoster, foi lançado neste mês no Brasil e já está disponível em algumas clínicas particulares de Juiz de Fora. A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de dois meses, e o valor de uma dose pode chegar a até R$ 910. O vírus é o mesmo causador da catapora e pode ser reativado por estresse e baixa imunidade.

Na última semana, a doença ganhou destaque nas redes sociais após o cantor canadense Justin Bieber, de 28 anos, anunciar que faria uma pausa nos shows para tratar da síndrome Ramsay Hunt, que desenvolveu após a reativação do vírus da herpes-zóster e deixou metade do seu rosto paralisado.

O aumento no número de casos da doença já vinha sendo notado por profissionais da área da saúde durante a pandemia. De acordo com a dermatologista Jéssica Tolomelli, o crescimento dos casos no período pandêmico pode estar relacionado ao estresse e à queda de imunidade provocada pela Covid-19. “Na minha prática clínica eu observei um maior número de pacientes com herpes-zóster nesse período”, relata a médica.

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Em consulta realizada pela Tribuna na manhã desta terça-feira (21), clínicas particulares de vacinação em Juiz de Fora afirmaram que houve alta procura pelo imunizante. Algumas já estão oferecendo as vacinas, enquanto as demais se adaptam para recebê-las. O imunizante ainda não é oferecido no Sistema Único de Saúde.

A Shingrix, nome que a vacina recebeu, teve aprovação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto para a prevenção do herpes-zóster em adultos com 50 anos ou mais. Também podem tomá-la adultos com 18 anos ou mais e com risco aumentado de contrair a doença, como os imunocomprometidos, que podem ser pacientes em tratamento de câncer, pessoas que vivem com HIV, lúpus e esclerose múltipla, além de indivíduos que vão se submeter a transplantes de medula óssea ou órgãos, entre outros.

Com uma eficácia de mais de 90%, uma dose da vacina em média pode ser encontrada em Juiz de Fora por R$ 850, mas a reportagem encontrou locais em que custava desde R$ 750 até clínicas que cobravam R$ 910 por dose. Ao todo, o esquema vacinal completo de duas doses pode chegar a quase R$ 2 mil.

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A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de dois meses (Foto: Fernando Priamo)

Sintomas e tratamento contra a herpes-zóster

Após o contágio da catapora, que tende a acontecer na infância, o vírus do herpes-zóster permanece silencioso nos gânglios nervosos por anos, até ser reativado por conta de momentos de estresse, seja físico ou emocional, e pela baixa imunidade. A doença atinge todas as idades, no entanto, pessoas acima de 50 anos e pacientes imunocomprometidos são mais suscetíveis à reativação do vírus.

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A dermatologista explica que entre os principais sintomas da doença estão lesões que podem surgir em qualquer lugar do corpo, sendo mais comum na região do tronco e quase sempre de um só lado do corpo. “Caracteristicamente surgem dor, ardência e queimação na pele alguns dias antes de surgirem as lesões, que são pequenas bolhas agrupadas e vermelhas, formando um trajeto linear na pele.”

Ao notar esses sintomas, a recomendação é que o paciente procure ajuda médica de um dermatologista para ter o diagnóstico clínico e dar início ao tratamento, que é feito, segundo Jéssica Tomelli, com antivirais, medicamentos para alívio da dor e, em alguns casos, com corticoide para reduzir a inflamação. A doença também pode ser contagiosa enquanto houver vesículas ativas, que são as pequenas bolhas das lesões, fazendo com que o vírus Varicella zoster seja transmitido e cause catapora em pessoas que nunca tiveram a infecção ou não foram vacinadas.

Uma dúvida recorrente dos pacientes é se a vacinação contra catapora impossibilita a herpes-zóster. A médica explica que ajuda a prevenir a ocorrência de formas graves de catapora e de herpes-zóster no futuro. Porém, não impede a reativação do vírus, embora a doença seja mais comum entre as pessoas que já tiveram catapora na infância. Para prevenir a doença, a dermatologista enfatiza a importância de manter em equilíbrio a saúde física e emocional e, principalmente, seguir corretamente todas as vacinas sugeridas pelo calendário vacinal brasileiro, incluindo a vacina contra a catapora.

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