O empresário Jerônimo da Silva Leal Júnior, de 42 anos, baleado no tiroteio entre policiais civis mineiros e paulistas no último dia 19, faleceu nesta quinta-feira (25) no Monte Sinai, onde estava internado na UTI, em estado grave, após ter sido alvejado no abdômen. A assessoria do hospital confirmou o óbito, ocorrido no fim da manhã. O corpo deverá ser encaminhado para necropsia no Instituto Médico legal (IML).
Com a morte do empresário Jerônimo, chega a dois o número de mortos no tiroteio. Jerônimo era proprietário da empresa de segurança de São Paulo que teria contratado nove policiais civis em serviço de escolta do executivo do ramo da engenharia e construção Flávio de Souza Guimarães. O paciente chegou a ser autuado por homicídio qualificado, porque teria disparado os tiros que mataram o policial juiz-forano Rodrigo Francisco, 39. Com a morte do empresário, chega a dois o número de mortos no tiroteio. O empresário era irmão, por parte de mãe, do investigador da Polícia Civil de São Paulo Jorge Alexandre Barbosa de Miranda, 50. Ele está preso com outros três policiais paulistas na Penitenciária Nelson Hungria, por lavagem de dinheiro.
A defesa de Jerônimo já havia entrado com pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O objetivo do advogado Pedro Possa era conseguir a revogação da prisão preventiva de seu cliente ou a prisão domiciliar, possibilitando a transferência dele para São Paulo. A solicitação já havia sido feita junto ao juiz Paulo Tristão, do Tribunal do Júri de Juiz de Fora, mas foi negada pelo magistrado.
Em entrevista à Tribuna na quarta (24), Possa disse não saber como a empresa de segurança de seu cliente foi contratada para atuar na negociação ocorrida em Juiz de Fora e adiantou que é a primeira vez que Jerônimo se via envolvido em um inquérito para apuração de um crime.
Comerciante ferido está no Ceresp
A troca de tiros também deixou ferido o suspeito de estelionato Antônio Vilela, 66, possível dono das malas apreendidas com R$ 14 milhões (a maioria em notas falsas). O dinheiro estava dentro de um carro no estacionamento terceirizado do Centro Médico Monte Sinai, onde estaria ocorrendo uma negociação clandestina, que culminou no confronto entre as duas forças de segurança. Vilela foi baleado no pé e teve alta médica no domingo (21), sendo encaminhado ao Ceresp. Ele é comerciante de Coronel Fabriciano (MG), no Vale do Aço, e foi autuado em flagrante por tentativa de estelionato.
LEIA MAIS
- PF de Minas não recebeu determinação para investigar caso do tiroteio entre policiais
- Advogado de defesa quer revogar prisão de empresário internado
- Envolvido no confronto entre policiais, diretor do Tupi Futsal é afastado da equipe
- Quatro policiais de São Paulo são autuados por lavagem de dinheiro
- Corpo de policial civil assassinado é sepultado em JF
- Policiais de SP estavam com R$ 14 milhões em malas; maioria do dinheiro era falsa
- Troca de tiros deixa um morto em estacionamento do Monte Sinai
- Ouvidoria solicita a ministro ação da PF em caso do tiroteio entre policiais
A suspeita é de que os R$ 14 milhões seriam trocados por dólares, mas Flávio negou ter levado a moeda americana ou qualquer outra quantia em espécie para Juiz de Fora. Em depoimento à Corregedoria da PC paulista, na segunda-feira (22), ele afirmou ter ido à cidade mineira “negociar empréstimos para sua empresa”. O empresário afirmou desconhecer que era escoltado por policiais, alegando ter contratado os serviços da empresa de segurança de Jerônimo, como já teria feito outras vezes.
Flávio conseguiu deixar o município em uma aeronave após a negociata ter sido frustrada. Junto com ele estariam o executivo Roberto Uyvare Júnior e o advogado Mário Garcia Júnior. Já do lado de Vilela, estaria um homem não identificado, intermediário da negociação.