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Moradores de Conceição de Ibitipoca denunciam problemas de água e esgoto

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Moradora relata que centenas de litros de água potável vazam pelas rachaduras em determinados horários do dia. Na outra imagem, tubulação demonstra despejo irregular (Foto da leitora Kelly Antunes)
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Dois sérios problemas observados no distrito de Conceição de Ibitipoca, em Lima Duarte, a cerca de 90 quilômetros de Juiz de Fora, vêm comprometendo o abastecimento e o saneamento básico da população que vive no local. A denúncia é feita por moradores da região.

O primeiro deles seria um constante vazamento em um dos reservatórios de água que abastece a vila. As imagens foram enviadas pela bióloga Kelly Antunes. Moradora do local há cerca de um ano, ela diz que o problema seria antigo. “Segundo moradores que vivem aqui há mais tempo, as rachaduras estariam completando cinco anos. Diversas denúncias já foram feitas à Prefeitura e ao Demae (Departamento Municipal de Água e Esgoto), mas o órgão alega falta de verba para fazer o reparo”, relata. “Grande parte da população que vive na parte mais alta da região sofre com a falta de água, e, paradoxalmente, ela é desperdiçada em plena caixa d’água. Além do desperdício de água potável, há desperdício do dinheiro público, uma vez que o líquido passou por tratamento”, relata.

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Outra grave queixa da população está relacionada ao despejo irregular do esgoto. Conforme a bióloga, cerca de 80% dos detritos estariam sendo jogados diretamente em dois córregos que passam pelo vilarejo. “Os outros 20% são depositados em fossas negras, que podem estar gerando contaminação no lençol freático. Segundos depois de dar descarga nas casas, os detritos chegam diretamente ao córrego, sem nenhum tipo de tratamento”, denuncia. “O mau cheiro é perceptível. Além disso, é constante o aparecimento de larvas nos córregos. Trata-se de um caso de saúde pública da vila, assim como da população que mora abaixo do nível de Conceição de Ibitipoca, que recebe água contaminada”, denuncia.

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A situação se agrava em períodos de alta temporada, quando a população local, de aproximadamente mil habitantes, salta para cerca de três ou quatro mil. “A questão é muito contraditória. Ao mesmo tempo em que vende-se o turismo, o contato com a natureza, a Prefeitura ainda não tem um plano-diretor para discutir o saneamento. Além da necessidade de criação de projetos de preservação por parte do Poder Público, é preciso que a população também seja conscientizada. Mais importante do que responsabilizar ou buscar culpados, é chamar a atenção para o problema, evocando os órgãos competentes e a sociedade para alguma ação enquanto o dano não se torne permanente”,

Em resposta ao contato da Tribuna, a assessoria da Prefeitura Municipal de Lima Duarte informou que as demandas de água e esgoto são tratadas somente pelo Demae. Segundo o diretor do órgão, Júlio César Nogueira, já foram realizados o levantamento e o orçamento para o conserto do reservatório, que deve ficar em torno de R$ 60 mil. No entanto, conforme Nogueira, o departamento não tem como realizar a obra com recursos próprios. Além disso, para uma solução definitiva, o trabalho irá demorar cerca de 20 dias. “Ibitipoca não tem outra alternativa de água. Para parar a caixa, temos que descobrir outra forma de abastecimento para a população durante o conserto.”

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Nogueira acrescentou que recursos serão solicitados ao Governo. Sobre a falta de tratamento de esgoto, o diretor disse que essa é uma realidade de 92% dos municípios mineiros. Inclusive, em Lima Duarte não há esse tratamento. “Temos um projeto cadastrado de tratamento de esgoto para Lima Duarte. Para Ibitipoca, existe apenas um pré-levantamento.”

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