Tempo frio e baixa umidade do ar, a combinação perfeita para a proliferação de doenças respiratórias e alergias. Consequência disso é que, quando chega esta época do ano, os pacientes lotam os consultórios sofrendo de gripes, rinite, asma, sinusite, bronquite, enfisema, entre outras. O problema é agravado pelas mudanças bruscas de temperatura, aumento da poluição do ar e queda na imunidade das pessoas, que acabam ficando mais predispostas a desenvolver as doenças. Segundo a Secretaria de Saúde, o atendimento deste tipo de caso cresceu cerca de 40% na cidade desde o início do tempo frio.
Conforme o médico alergista e diretor Regional da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Roberto Souza Lima, as crises para quem já tem algum tipo de alergia aumentam em 400% nesta época. “Os consultórios de pediatria e ambulatórios ficam lotados, e esta é a principal causa de atendimento no período.” Segundo o profissional, dentre todos os fatores, o maior vilão é o ar frio, que acontece principalmente no outono e no inverno. “Um dos fatores é que o ar frio favorece as infecções bacterianas. Ele provoca, por exemplo, um ressecamento da mucosa nasal, já que dificulta o batimento de seus cílios, algo que favorece a presença de vírus, bactérias e ácaros”, explica.
O médico lembra ainda que as pessoas têm o hábito de deixar a casa mais fechada nesta época, o que estimula o aumento de impurezas. “Com o ambiente sem ventilação e batendo pouco sol, os ácaros se multiplicam até três vezes em um mesmo dia. Aliado a isto, usamos mais agasalhos e cobertores, peças que ficam muito tempo guardadas nos armários e contribuem para aumentar a alergia.” Ambientes fechados e ventilação reduzida facilitam a transmissão dos agentes como o vírus, que fica suspenso no ar até 24 horas, e os bacilos, até 48 horas.
O médico orienta que o tratamento deve ser feito de forma preventiva, para evitar as crises típicas do período. “Tem que prevenir durante todo o ano para que, quando chegar esta época, o paciente já esteja protegido.” Entre as recomendações para evitar que o paciente adoeça está a umidificação da mucosa do nariz. “Os pacientes podem usar soro fisiológico, mas existem vários outros produtos no mercado. Isto pode ser feito por qualquer paciente e várias vezes ao dia”, orienta (ver quadro).
Em hospitais
Dados fornecidos por unidades de saúde de Juiz de Fora confirmam que os casos de gripes e alergias aumentam de forma considerável nesta época do ano. Segundo a Secretaria de Saúde, no Departamento da Criança e do Adolescente da cidade, este crescimento chega a 80%. Já na atenção primária à saúde, no pronto atendimento e no Hospital de Pronto Socorro (HPS), o aumento é de 40% na cidade. Na UPA de São Pedro, os casos de doenças respiratórias corresponderam a 24% do total no mês de março, 26% em abril e 32% em maio. Especificamente em maio, 25% do total foram casos de infecções agudas das vias aéreas, 24% de sinusite aguda e 16% de amigdalite. Por meio de assessoria, o Hospital Monte Sinai também confirmou que há crescimento dos casos de doenças respiratórias, mas não informou dados.