A exemplo do que acontece no país, Minas Gerais e Juiz de Fora registram alta incidência de casos de sífilis. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a infecção lidera a lista de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no estado, com 6.328 casos registrado em Minas só este ano. Conforme a pasta estadual, deste total, 152 foram confirmados em Juiz de Fora até 4 de abril – cerca de 1,6 caso por dia no período.
Ainda de acordo com a pasta estadual, a proliferação da infecção está ligada à prática de relações sexuais desprotegidas e diagnósticos ampliados por meio da testagem rápida. Contudo, mesmo com contraceptivos disponibilizados gratuitamente e testes oferecidos nas Unidades de Atenção Primária à Saúde, a Saúde Pública enfrenta o desafio de tentar frear a disseminação de casos sífilis, que têm aumentando ano a ano. Ainda de acordo com a SES-MG, os dados revelam que pode ser identificado um “perfil” dos diagnosticados com a infecção. Em suma, são homens, na faixa etária de 20 a 34 anos de 35 a 49 anos.
Em Juiz de Fora, de 2019 até abril deste ano, foram diagnosticados 5.159 casos de sífilis. A situação preocupa profissionais de saúde, uma vez que se não tratada, a infecção, em seus estados mais graves, pode causar lesões cardiovasculares e neurológicas, deixando sequelas irreversíveis. Contudo, a sífilis pode ser tratada por meio do tratamento com penicilina, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento deve ser feito até o fim para ser eficaz.
O médico infectologista Marcos Moura explica que a sífilis pode agir de forma silenciosa, já que nem sempre os sintomas aparecem no início. O médico atribui esse como um dos fatores do aumento de casos da infecção, além da falta do uso de preservativos durante atos sexuais, único modo de prevenção da sífilis. “Diferente de outras infecções que possuem vacinas e remédios para não permitir o contágio, a sífilis não tem um medicamento que se possa tomar para evitar”, explica o especialista Marcos Moura.
Formas de transmissão da sífilis
O Ministério da Saúde chama atenção para as principais formas de contrair a infecção. A sífilis adquirida é transmitida por contato durante o sexo oral, vaginal ou anal sem preservativo. Neste ano, na cidade, 100 casos de sífilis adquirida foram confirmados. A sífilis congênita é aquela em que a gestante transmite para o bebê durante a gravidez ou parto. Até abril, foram 25 diagnósticos em Juiz de Fora. Também há os casos da infecção diagnosticados em gestantes. Este ano, 27 foram confirmados na cidade, de acordo com a secretaria estadual de Saúde.
Preservativo é a forma mais efetiva de evitar ISTs
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais reforça que a forma mais efetiva para evitar as infecções sexualmente transmissíveis é a utilização de preservativo em todas as relações sexuais. Embora o maior número de casos de sífilis seja diagnosticados em homens, em uma faixa etária de 20 a 49 anos, qualquer pessoa assume o risco quando não se previne.
Nos casos em que há alguma possibilidade de exposição à sífilis, o recomendado é procurar as unidades de saúde para fazer um teste rápido de sífilis. Em Juiz de Fora, o Centro de Testagem e Aconselhamento funciona no Centro de Vigilância em Saúde, localizado na Avenida dos Andradas 523, Morro da Glória. No local são realizados testes rápidos não só para sífilis, mas para outras infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o teste para HIV.