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Preço de hortifrútis dispara em Juiz de Fora

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Além do fator logístico para transporte dos itens altamente perecíveis, excesso de chuvas é outro fator que influência na alta dos preços (Foto: Marcelo Ribeiro)
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A percepção, comum aos consumidores, de escalada no preço dos hortifrútis pode ser mensurada em números em Juiz de Fora. Dentre os 14 itens que compõem o grupo de produtos oriundos de hortas, pomares e granjas do Guia do Consumidor apurado pela PJF, todos apresentaram alta de preços de um ano para o outro. Em alguns alimentos, como a batata-inglesa, o quilo subiu 299,25%, passando de R$ 1,35 em 2018 para R$ 5,39 este ano. A banana prata está em segundo lugar na lista, com alta de 87,93%. O quilo, que custava R$ 1,99, aumentou para R$ 3,74. A maçã também apresentou escalada de 77,77%, passando de R$ 2,25 para R$ 4 o quilo. A comparação de preços foi feita pela Tribuna, tendo por base as pesquisas realizadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta) nos dias 11 de abril de 2019 e 12 de abril de 2018. Na lista dos alimentos que também pesaram na mesa estão o tomate (62,44%), a laranja (53,88%) e a cenoura (46,78%).

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Juiz de Fora, Domingos Frederico Netto, enumera motivos para o aumento de preços percebido pelos consumidores: fatores sazonais, além do aumento dos insumos, dos custo de produção e do frete. “Tudo isso impulsionou a alta dos alimentos.” A batata-inglesa, avalia, disparou por conta das chuvas, que afetaram os principais centros de produção. Domingos citou, ainda, a curva ascendente do tomate, que estava com preço baixo há dois meses. O preço médio do quilo passou de R$ 4,82 para R$ 7,83 em Juiz de Fora de um ano para o outro. Perguntado se a tendência é de outras altas ao longo do ano, o presidente avaliou que depende do tempo. “A chuva é boa para uns produtos e ruim para outros.” Se a maioria dos hortifrútis está mais cara para o consumidor, Domingos avalia que este é um bom momento para comprar e consumir verduras de folha, que convivem bem com a combinação de chuva com sol, tão comum neste outono juiz-forano.

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Na avaliação do titular da Sedeta, Rômulo Veiga, com exceção da batata-inglesa, cujo custo disparou, os outros produtos variaram, em Juiz de Fora, em percentual próximo ao verificado no restante do país. Entre os fatores que impulsionaram a inflação dos gêneros alimentícios, Rômulo cita a mudança recente nas regras da tabela mínima do frete. “Um fator que vai entrar na conta do consumidor é o repasse do aumento do diesel na tabela mínima do frete.” A medida, anunciada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, na terça-feira (23), começa a valer na próxima semana.
O secretário destaca que os alimentos, principalmente os mais perecíveis, são altamente dependentes de logística ostensiva. Com o movimento de alta do barril de petróleo, do frete e do custo logístico, o repasse à cesta de alimentos será inevitável. “No final das contas, em todos esses debates políticos, quem paga a conta é o consumidor.” Ele lembra que a greve dos caminhoneiros realizada no ano passado, que levou ao desabastecimento e à elevação dos preços em função da elevada demanda, pressionou a inflação e traz reflexos até hoje.

Além do fator logístico, Rômulo destaca os problemas climáticos, como o recente excesso de chuvas que prejudica o plantio de algumas folhosas, provoca alagamentos e gera dificuldade no escoamento da safra, levando a desperdício. Para o secretário, há indicativos de descontrole inflacionário, como a dificuldade de manter a inflação no centro da meta e a percepção de aumento dos gêneros alimentícios, especialmente os não estocáveis. Na sua opinião, algo precisa ser feito nesse sentido.

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Batata e tomate pressionam, e inflação sobe

Em alguns alimentos, como a batat-inglesa, o quilo subiu 299,25%. Em segundo lugar na lista, aparece a banana prata, com alta de 87,93% (Foto: Marcelo Ribeiro)

E foi exatamente a alta nos preços dos alimentos – e dos transportes – que elevou a inflação para 0,75% em março, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE. Foi a maior taxa para um mês de março desde 2015, quando chegou a 1,32%. Com isso, o índice acumula altas de 1,51% no primeiro trimestre do ano e de 4,58% nos últimos 12 meses. A aceleração da inflação no mês foi determinada pelas altas de 1,37% no grupo alimentação e bebidas e de 1,44% no de transportes. Juntos, os grupos responderam por 80% do índice do mês.

O preço dos alimentos subiu pressionado pelo tomate (31,84%), pela batata-inglesa (21,11%), pelo feijão-carioca (12,93%) e pelas frutas (4,26%). Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, em razão de problemas na safra e dos estoques baixos, o preço do feijão carioca mais que dobrou no primeiro trimestre, a maior alta desde o Plano Real para esse período. “São produtos importantes na mesa do brasileiro e que têm grande peso no índice de inflação.” Conforme o gerente, o índice de março reflete, em parte, o aumento de 10,82% no preço da gasolina na refinaria, concedido pela Petrobras entre 27 de fevereiro e 29 de março, período de coleta do IPCA.

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