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PJF recebe mais 18 mil doses de vacina e admite demanda maior

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Enfermeiro atende idoso na UFJF (Foto: Wendell Guiducci)
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Novos relatos de faltas pontuais de vacina contra o vírus da gripe nesta quarta-feira (25) demonstram que a corrida aos postos em Juiz de Fora tem sido grande nesta primeira semana da 22ª Campanha Nacional de Imunização contra a Influenza. Ao mesmo tempo em que a adesão reforça a preocupação dos idosos diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a tentativa de vacinação frustrada coloca justamente o grupo mais vulnerável à nova doença exposto, já que a primeira fase da campanha prioriza a imunização de idosos com 80 anos ou mais e essas pessoas têm saído de casa mais de uma vez para conseguirem se imunizar contra a gripe. Segundo a Secretaria de Saúde do Município, foram recebidas do Estado 18 mil doses nesta quarta e as mesmas foram encaminhadas para as 63 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), PAM-Marechal, Departamento de Saúde do Idoso (DSI) e para o posto extra da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que funciona em esquema de “drive thru”, vacinando os idosos nos carros.

Mesmo assim, a vacina chegou a faltar na UBS do Teixeiras, Zona Sul, onde a situação já havia acontecido na terça, e na UBS Centro-Sul, na Avenida Rio Branco, conforme denúncias recebidas pela Tribuna. A Secretaria de Saúde admitiu que a demanda nesta primeira semana tem sido além da esperada, e que as doses não estão sendo suficientes diante da procura. Para evitar o deslocamento desnecessário, a orientação da Prefeitura é para os usuários tentarem fazer contato com os postos de saúde antes de comparecerem às unidades, a fim de confirmar a disponibilidade. Os telefones estão neste link. “A responsabilidade de envio das doses é da Secretaria de Estado de Saúde. Sempre que chegam, fazemos nova rota de entrega para as unidades”, reforçou a pasta, acrescentando que a reposição é feita durante todo o dia.

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A vacinação contra o vírus Influenza teve o calendário adiantado e tem sido ainda mais recomendada neste momento de pandemia porque, apesar de não prevenir contra o novo coronavírus, ajuda os profissionais de saúde nos diagnósticos, já que a testagem da Covid-19 não tem sido feita em massa. Além da possibilidade de se descartar a gripe em casos suspeitos, a ideia é desafogar o sistema de saúde, já que a doença, considerada comum, também leva a quadros de pneumonia grave.
Com essa consciência, a moradora do Filgueiras, Zona Nordeste, Marileia Ricardo, 65 anos, foi até a UBS do bairro na última terça, mas não conseguiu ser imunizada na primeira tentativa, por volta das 10h. “Não fomos na segunda-feira para evitar tumulto, mas não adiantou. Saímos de casa com medo, com máscara e tudo.” Apesar de ter menos de 80 anos, ela se adiantou por estar no grupo de risco da Covid-19 não só pela idade, mas também por sofrer de problemas no pulmão e coração. Marileia e o marido diabético, 69, conseguiram ser vacinados por volta das 14h do mesmo dia. “Disseram que só no primeiro dia receberam 280 idosos (na UBS do Filgueiras). Acho que agora deve normalizar, graças a Deus, porque aqui temos muitas pessoas mais velhas.” Ela acrescentou que a região conta com apenas dois médicos para cerca de dez mil moradores. “Eles são nossos heróis, estão sempre lutando por nós e merecem nosso apoio.”

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“Não há falta da vacina”
Em nota publicada na manhã desta quarta, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclareceu que a distribuição das doses utilizadas na 22ª Campanha Nacional de Imunização contra a Influenza é de responsabilidade do Ministério da Saúde. “O papel da secretaria é receber as doses enviadas pelo Ministério e as repassar para as 28 regionais de saúde do estado, que, por sua vez, fazem o encaminhamento para cada município sob sua jurisdição.”

Conforme o fluxo definido pelo Ministério da Saúde, as doses estão sendo enviadas para os estados semanalmente, e a previsão é que durante a campanha sejam totalizadas, aproximadamente, 14 remessas. No último dia 16 foram recebidas 913.200 vacinas em Minas, que já foram distribuídas para as unidades regionais de saúde para repasse aos municípios. Já as 592 mil doses contra a Influenza que chegaram ao Estado na segunda-feira (23) ainda estão sendo direcionadas.

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Ainda conforme a SES, o Ministério da Saúde garante que o quantitativo de vacinas necessário para atender as pessoas incluídas nos grupos prioritários será disponibilizado. “Não há falta da vacina”, destacou.

UFJF alerta sobre cuidados na vacinação

Idosos não precisam descer do carro para serem vacinados na UFJF (Foto: Wendell Guiducci)

Preocupada com alguns comportamentos nos dois primeiros dias de vacinação contra a gripe no campus da UFJF, a universidade divulgou em suas redes sociais, nesta quarta, um alerta sobre as observações da equipe de enfermagem atuante no “drive thru”. Indo contra as orientações, foram constatados carros cheios de idosos, pessoas fora da faixa etária foco desta semana, que é de 80 anos ou mais, e idosos com roupas que dificultam a aplicação da vacina sem sair do carro. “Com tudo isso, para aplicar a vacina, tem sido preciso mais proximidade e toques, que, por segurança, neste momento, poderiam ser evitados”, enfatizou a instituição.
A recomendação é para que, sendo possível, haja apenas um ou dois idosos em cada carro. Também deve-se seguir o calendário de vacinação prioritário por faixa etária. Pessoas da terceira idade abaixo de 80 anos serão atendidas nas semanas seguintes, sendo a próxima direcionada ao público entre 70 e 79 anos. Já de 6 a 15 de abril, serão recebidos aqueles entre 60 e 69 anos. “Vá com camisa ou camiseta que facilite o acesso ao braço e a aplicação da vacina com mais distância. Ou se for de blusa, retire-a momentos antes”, finalizou a UFJF.

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A vacina disponibilizada é a trivalente, que protege contra os três subtipos do Influenza: H1N1, H3N2 e Influenza B. A dose é contraindicada para pessoas que têm histórico de reação grave ou alergia grave a ovo de galinha. A meta é imunizar 90% do público-alvo, que em Juiz de Fora corresponde a 132.592 pessoas. Na segunda fase, de 16 de abril a 9 de maio, será a vez de professores, profissionais das forças de segurança e salvamento e doentes crônicos. Já na terceira e última etapa, de 9 a 22 de maio, serão atendidas crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 anos ou mais, grávidas, mães no pós-parto, população indígena e portadores de condições especiais.

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