Antes mesmo de a cidade despertar, muitos juiz-foranos já estavam enfrentado filas, para garantir a ceia de Natal. Às vésperas da data que é considerada a melhor para o comércio de varejo, o para e segue comum nos engarrafamentos de trânsito, se distribuía entre os corredores de um dos supermercados que trabalha 24 horas. Quem madrugou, ou deixou para ir dormir mais tarde, com o objetivo de adiantar a compra dos ingredientes, ficou um bom tempo aguardando para chegar aos caixas. Houve quem não arredasse os pés, mas também teve quem desistisse e abandonasse o carrinho.
No Centro, o movimento foi despertando ao longo do dia. Apesar de cheio, o Calçadão surpreendeu quem estava preparado para enfrentar uma maratona de obstáculos para chegar a completar a lista de pessoas a presentear. Este foi o caso da enfermeira Vânia Borges, com quem encontramos, dentro da galeria Epaminondas Braga. Ela, assim como 80% dos juiz-foranos, deixou as compras para a última hora. Carregando várias sacolas, embalagens de presentes e outros objetos, ela ainda procurava algo que pudesse agradar o último da lista. “Tive que vir na véspera porque o tempo foi muito curto, muito corrido. Como não estou de férias, esse foi o tempo que consegui.” Como chegou cedo, por volta das 10h, já tinha definido todas as outras compras, para as dez pessoas que pretende presentear.
“As lojas estão um pouco cheias, mas achei que fossem estar muito mais. Não achei os preços tão altos.” Ela diz ter chegado a pesquisar o valor de alguns produtos antecipadamente, como aconselha o Procon, mas a correria impediu que ela fosse a mais lugares para chegar ao melhor preço. Após enfrentar a maratona de compras, Vânia estava animada. “Vou estar junto da minha família, vamos celebrar a união, a alegria, a harmonia e tudo o que a data ensina para nós.”
Demoramos a conseguir um tempo para conversar com Nathália Pinhati Cabral, supervisora de uma loja de sandálias, que tinha em sua frente, uma longa fila de clientes esperando para fazer o pagamento. Depois de um ano marcado por dificuldades, mesmo com a loja cheia, havia a expectativa de crescimento das vendas a poucas horas da ceia de Natal.
“Esse ano, em linhas gerais, não foi muito bom para as vendas. O nosso objetivo é chegar ao final do dia com a loja muito mais cheia do que está agora. Para nós, o movimento ainda está muito tranquilo.” Enquanto os clientes se dedicavam a procurar algo mais apropriado para atender às suas demandas, Nathália se reparava para o pico de vendas previsto para o período da tarde. “Percebemos que esse ano as pessoas estão mais cautelosas. Elas estão investindo nas lembrancinhas, que não impactam tanto o orçamento e são capazes de agradar a todos.”