Pouco mais de um ano após a morte do adolescente Matheus Goldoni, na saída da casa noturna Privilège, foi iniciada na manhã desta terça-feira (24) a reconstituição do caso. De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Rolli, o ato será dividido em três partes. A primeira, iniciada por volta das 9h, dentro da boate, buscou esclarecer a suposta briga que teria acontecido no interior da casa, por motivos passionais. Por volta das 10h15, começou a saída da boate e a descida pela Estrada Engenheiro Gentil Forn, em direção ao Bairro Vale do Ipê, percurso no qual Matheus teria sido perseguido por seguranças e onde retrovisores de carros estacionados teriam sido quebrados. Agentes da Settra estão no local e interditarão uma faixa da via, sentido Centro/Bairro, para a execução dos trabalhos. A terceira e ainda mais obscura parte visa entender de fato o que aconteceu no interior da mata, onde o jovem de 18 anos foi encontrado morto cerca de 56 horas após ter sido visto pela última vez.
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Dois seguranças, um ex-segurança da casa, o gerente operacional e um flanelinha, indiciado por falso testemunho, além de outras testemunhas, foram intimados a comparecer para a reconstituição.
Familiares acompanham do lado de fora da casa noturna, dentre eles a mãe de Matheus, Nívea Goldoni, de 43 anos. Segundo ela, a reconstituição dos fatos é muito importante, em virtude da discordância nos depoimentos das testemunhas. “Esperamos que a reconstituição fale a verdade, apesar das contradições dos depoimentos. A gente espera agilidade, para que acabe esta parte da delegacia e que seja dada continuidade no Ministério Público. É muito difícil estar sempre na delegacia, num caso que já faz um ano”. Representantes do Ministério Público, dentre eles o promotor Juvenal Martins Folly, que solicitou a reconstituição, também estão presentes. Policiais Civis acompanham os trabalhos na entrada do estabelecimento.
Segundo Rolli, há a expectativa de que o trabalho possa ser concluído entre o fim da manhã e o início da tarde.
Entenda o caso
Matheus Goldoni esteve na casa noturna no dia 15 de novembro de 2014 e foi visto pela última vez do lado de fora da boate, após ter sido colocado para fora por seguranças, na madrugada, após um desentendimento com outro jovem. Após buscas por toda a região, o jovem foi encontrado sem vida por familiares e militares do Corpo de Bombeiros na manhã do dia 17, nas águas da cachoeira do Vale do Ipê. O caso chocou a cidade.
Após dez meses de trabalho, a investigação foi concluída no dia 21 de setembro. No período, 49 pessoas foram ouvidas, sendo realizadas 14 acareações. A reconstituição é uma solicitação do Ministério Público, após a Polícia Civil relatar o inquérito ao órgão.