Moradores da região de Grama se reuniram nesta terça-feira (24), na Câmara dos Vereadores, para levar o pedido de reabertura do atendimento de urgência e emergência 24 horas do Hospital Dr. João Penido. Com gritos de “abre, abre”, eles reclamaram das dificuldades de acesso a serviços de saúde devido à distância e sobrecarga em unidades daquela área. Em suas falas, ressaltaram a qualidade da estrutura e do pessoal da instituição e pediram um esforço político para que o atendimento possa ser retomado. Uma nova reunião foi marcada para a próxima quinta feira (26), também no Legislativo, às 14h para que os participantes retomem a discussão.
No encontro desta terça, os moradores explicaram que precisam se deslocar de bairros como Grama e Parque Independência, na Zona Nordeste, até as UPAs de Santa Luzia, na Zona Sul, ou São Pedro, na Cidade Alta, por falta de uma unidade que possa atender a região. Há dificuldades de transporte e demora em acessar as unidades, o que prejudica os pacientes. A audiência atende ao Requerimento nº 2.585/17, solicitação dos vereadores Mello Casal (PTB), Marlon Siqueira (PMDB) e Júlio Obama Jr. (PHS).
O superintendente regional de Saúde, Oleg Abramov, explicou que o atendimento prestado pelo João Penido é feito por meio de pactuação regional, de acordo com a estrutura e o aparelhamento de cada unidade. “Periodicamente os municípios discutem onde cada serviço será prestado. É preciso definir prioridades.” Ainda segundo Oleg, é preciso decidir pelo atendimento generalista ou pela vocação em áreas em que o hospital tem maior nível de solubilidade, que são gestação de alto risco e cuidado materno/infantil e saúde reprodutiva, nos três níveis de complexidade.
Interesse
A secretária de Saúde, Elisabeth Jucá, sinalizou que há interesse do Município em oferecer o atendimento de urgência e emergência no Hospital João Penido, assistindo a população da região Nordeste e sugeriu que uma agenda para discutir essa possibilidade possa ser marcada para debater o assunto.
Obra parada
De acordo com o atual diretor do João Penido, Daniel Ortiz, é necessário avaliar o que precisa ser feito e o que se pode fazer. “Estamos com obras paradas desde 2014 por falta de recursos. Um serviço que poderia ser concluído em dois meses, mas falta dinheiro. Precisamos medir o impacto com responsabilidade, para saber se temos capacidade para lidar com esse atendimento.” Ele explica que a maioria dos atendimentos no João Penido, conforme o protocolo de Manchester (sistema de classificação de risco do paciente), não se encaixa em urgência. “Cerca de 90% dos atendimentos no hospital são de casos classificados como verdes (pouco urgente) e azuis (não urgente), isso precisa ser levado em conta”, finalizou.
O vereador Marlon Siqueira (PMDB) também propôs uma articulação com o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste) para garantir que a presença de ambulâncias dentro do João Penido que possam facilitar o serviço na Zona Nordeste.
* colaborou Vívia Lima