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‘Jesus mandou um anjo me tirar’

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Elvira Cândida Ribeiro, 93 anos, sofreu escoriações e fraturou pulso
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Elvira Cândida Ribeiro, 93 anos, sofreu escoriações e fraturou pulso

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Um dia após o susto de ter que se jogar de um carro em movimento, Elvira Cândida Ribeiro, 93 anos, já consegue rir da situação: “Eu fiquei caída na grama, escutando o barulho dele descendo o barranco, aí pensei: vai sozinho! Deus tá me deixando aqui.” A idosa sofreu leves escoriações na perna e fraturou o pulso.

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O acidente aconteceu na manhã da última segunda-feira, quando dona Elvira voltava de uma consulta médica com o genro. Ele parou o automóvel e desceu para abrir um portão, entretanto, o freio de mão não foi acionado e o veículo atravessou a Rua Ewaldo Loures Coelho em direção a uma ribanceira, no Bairro Vila Montanhesa, Zona Nordeste de Juiz de Fora. “Senti balançar, chamei meu genro e ele não respondeu, vi que o carro começou a andar rápido. Pedi para Jesus ter piedade de mim e fechei os olhos. Esbarrei a mão em alguma coisa, a porta abriu. Parece que alguém me pegou e me tirou do carro, não sei como aconteceu. Acho que Jesus mandou um anjo para me tirar, porque é sempre um sacrifício para eu sair do carro.” A filha da idosa, Margarete Elsa Ribeiro, confirma que ela nunca soube abrir a porta do veículo.

Depois da saída de dona Elvira, o Ford Escort desgovernado seguiu por um terreno em declive e só parou cerca de 200 metros depois, quando chocou-se contra árvores. “Se minha mãe não tivesse saído, acho que não estaria mais aqui, pois o carro bateu do lado que ela estava. Ela nasceu de novo”, comemora Margarete.

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Luzmar Aparecida Siqueira, neta de Elvira, conta que a matriarca sempre encara as situações com calma, sem reclamações e com bom humor. “Eu estava em choque, e ela estava ótima, parecia que nada tinha acontecido. Quando eu passei de novo pelo barranco, fiquei pensando em como ela foi corajosa de pular, acho que eu não teria feito o mesmo. Foi muito esperta.”

Mesmo conseguindo se salvar, a idosa diz que está triste por ter perdido o automóvel. “Estou feliz porque não morri, mas estou muito chateada com o que aconteceu com meu carro.” Com a aposentadoria de um salário mínimo e com a ajuda dos filhos, ela comprou o veículo para poder ir à igreja. “Custei para pagar, quando pago, deu nisso. Tenho dificuldades para subir no ônibus e não consigo ir á pé. Como vai ser para sair de casa?”, lamenta a idosa.

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Dona Elvira, conforme os familiares, saiu do hospital sorrindo e com poucas dores. Sobre traumas e medo de andar de carro novamente, a resposta é firme: “Deus toma conta, eu gosto de passear.”

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