Dezenas de cruzes pretas foram colocadas na Praça da Estação, Centro de Juiz de Fora, na manhã do último domingo (23). Os objetos simbolizam os agentes de segurança mortos em serviço e fizeram parte da “Marcha pela vida dos policiais”, que aconteceu em várias cidades do país. Em Juiz de Fora, o ato pacífico reuniu dezenas de policiais militares, civis, federais, agentes penitenciários e sócio-educativos, bombeiros militares, guardas municiais e vigilantes, e lembrou também as mortes de um cabo da PM e de um vigilante mortos em Santa Margarida este mês durante uma tentativa de roubo.
Foram distribuídos panfletos alertando sobre o crescente número de assassinatos de agentes de segurança em todo o país. Ao final do movimento, crianças soltaram balões pretos representando o luto da categoria em relação aos agentes de segurança assassinados e balões brancos simbolizando a esperança de que não haja mais mortes trágicas no exercício da profissão.
De acordo com a assessoria da comunicação do vereador Sargento Mello Casal (PTB), o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública/2016, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que 2.543 policiais civis e militares foram mortos no Brasil entre 2009 e 2015. Dados da Ordem dos Policias do Brasil apontam que, entre janeiro e maio de 2017, 245 policias militares foram mortos no país, 12 deles em Minas Gerais.
“É preciso ressaltar que as estatísticas ainda estão longe de retratar a violência sofrida pelos integrantes do sistema de segurança pública. A morte destes agentes de segurança não é contabilizada nas estatísticas atuais, e esses dados precisam ser avaliados para que políticas públicas de segurança possam ser adotadas para proteger e garantir a segurança daqueles que arriscam suas vidas para defender a ordem”, ressalta o vereador Sargento Mello, que também é presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal e auxiliou na coordenação do movimento deste domingo em Juiz de Fora.
O coordenador do Grupo Mobilização Independente, Andre Luiz Felipe do Monte, que organizou a mobilização, o saldo do movimento “foi muito positivo. Conseguimos agregar todas as categorias de segurança na cidade, e a população foi muito simpática às nossas reivindicações. O que queremos é que o Estado dê mais garantias e suporte aos profissionais que trabalham com segurança, fortalecendo não apenas as instituições, mas o profissional que assume a linha de frente de combate ao crime e é a última barreira entre aqueles que escolheram a criminalidade e as pessoas de bem”, afirmou.