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Campanha da Fraternidade de 2017 propõe reflexão sobre defesa da vida

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Atualizada às 20h17

Foto: Leonardo Costa

Proteger a vida humana e zelar pela natureza. Esse é um dos principais motes da Campanha da Fraternidade 2017. Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, a campanha será lançada no dia 1º de março, Quarta-Feira de Cinzas. Neste ano, o objetivo é conscientizar toda a sociedade e propor uma reflexão sobre a importância de cuidar da natureza, olhando, de modo especial, para os biomas brasileiros, ultrapassando limites religiosos.

“A campanha não pretende tratar de assuntos doutrinais, mas convidar a sociedade a refletir sobre o problema social que vivenciamos, cuja solução interessa a todos. Nosso objetivo é que todos, independente de religião, tenham um ambiente legal para viver e que sua saúde e sua vida sejam protegidas”, explicou o arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira(24).

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Em 2016, a campanha cujo tema era “Casa comum, nossa responsabilidade” também estava relacionada com a proteção da natureza. Com a percepção de que ainda são necessárias modificações no modo de viver do ser humano, neste ano, a discussão chama a atenção das pessoas para as consequências dos atos humanos no meio ambiente, buscando uma resposta concreta. “Nossa preocupação é levar as pessoas a pensarem que, se algo é perdido, a responsabilidade é de todos. Queremos despertar a sociedade porque, se percebermos agora que somos responsáveis, nossas ações surtirão efeito”, pontua o vigário episcopal para Educação, Comunicação e Cultura, padre Antônio Camilo de Paiva.

A expectativa é que, após o lançamento da campanha, a sociedade sinta-se motivada a apresentar projetos e ações para a modificação do meio ambiente nos locais onde vivem. “Um grande ganho da campanha da fraternidade é o estabelecimento de parcerias da Igreja com setores da sociedade. A partir de cada temática, podemos estabelecer parcerias com municípios, escolas e organizações não-governamentais para que possamos olhar melhor a situação. Consequentemente, esses setores ajudarão a igreja a agir de maneira concreta a partir da modificação do estilo de vida das pessoas”, destaca o secretário-executivo da coordenação de pastoral arquidiocesana, padre Everaldo José Borges.

No Domingo de Ramos, celebrado no dia 9 de abril, toda a coleta de dinheiro realizada no país será direcionada para custear os projetos apresentados pela sociedade com o intuito de diminuir os impactos da ação humana no meio ambiente.

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Papa propõe ‘conversão ecológica’

Lançada em 1964, a Campanha da Fraternidade existe há mais de cinco décadas e sempre é lançada no início da Quaresma, período conhecido pelos católicos como momento de conversão e mudança de vida. Segundo Dom Gil, o primeiro passo será explicar para a população quais são os biomas que compõem o Brasil. Em seguida, serão explorados questionamentos para que cada pessoa reflita sobre sua responsabilidade para com a natureza, incentivando uma espécie de “conversão ecológica”.
“Este é um termo usado pelo Papa Francisco, que escreveu a encíclica Laudato Si sobre temas relacionados à ecologia e à natureza. Essa carta é uma das bases da campanha e foi muito bem recebida, não só no meio católico mas no mundo inteiro. Ela diz que é preciso haver transformação e mudança de mentalidade a respeito da forma de tratar a natureza, que é a casa comum, onde todos nós vivemos”, explica.

A campanha será dividida em três passos, utilizados como métodos para a reflexão: ver, julgar e agir. “O primeiro questionamento é ‘O que estamos vendo?’. Em seguida, vamos comparar o ‘ver’ com o que diz a Bíblia, para julgar se estamos seguindo a palavra de Deus. Por último, vem o ‘agir’, com a reflexão sobre o que podemos fazer para que a realidade mude”, finaliza Dom Gil.

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Defesa da vida

Um dos principais pontos da campanha é a defesa da vida, que está relacionada tanto à natureza como à vida humana. Durante a apresentação, o arcebispo também fez críticas sobre as pessoas que defendem a natureza mas que se posicionam favoráveis ao aborto. “Temos leis que dizem que não podemos cortar uma árvore ou sujar um rio, mas porque, ao mesmo tempo, podemos aprovar uma lei que permite que se possa tirar uma criança em formação no seio da mãe e matá-la? O aborto é um assassinato, pois mata uma pessoa. Essa é uma questão muito séria e certamente devemos provocar uma conversão social sobre esse tema”, pontuou.

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