Casos de agressões a trabalhadores das unidades básicas de saúde foram identificados em vários pontos da cidade desde o início desta segunda-feira (24). No Vila Olavo Costa, na Zona Sudeste, três trabalhadores foram afastados por conta da contaminação pelo Covid-19. Um usuário agrediu uma recepcionista, porque não havia profissional disponível para fazer o atendimento.
De acordo com a presidente do Conselho de Saúde da Vila Olavo Costa, Regina Célia de Souza, o caso só não teve uma gravidade maior porque havia um senhor na sala de espera, que segurou o outro usuário e o levou para fora da unidade. “Os problemas com a falta de funcionários têm sido constantes. Todos os dias há novos casos positivos, eles são afastados, e a população fica sem ter quem atenda. Isso não está acontecendo apenas na Vila Olavo Costa, mas em toda a cidade.”
Ainda de acordo com Regina, a Polícia Militar esteve no local e se prontificou a aumentar a presença próximo à unidade, no entanto, ela acredita que seja necessário incluir outras ações. “A nossa reivindicação hoje é para colocar um guarda municipal lá, a gente não tem vigia. É uma UBS grande, é uma área de risco, então estamos pedindo um tratamento diferenciado, pelo menos na parte da manhã, que concentra maior demanda, assim como as segundas-feiras, que concentram os atendimentos acumulados dos fins de semana.”
O Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu) também esteve na unidade para verificar o ocorrido. Mas além da unidade de Vila Olavo Costa, ocorreram outras denúncias em mais três unidades. De acordo com a diretora de Saúde do Sinserpu, Deise Medeiros, também ocorreram agressões nas UBSs do Linhares, Monte Castelo e Santo Antônio.
Conforme Deise, essas ocorrências estão sendo reunidas, para que o Executivo seja informado e que ocorra uma conversa entre Sinserpu e a Prefeitura e sejam traçadas estratégias para mitigar esse quadro. “O que está acontecendo é algo inadmissível. Uma situação caótica, por falta de profissionais, por conta da contaminação por Covid. Falta sinalização do quantitativo de pessoas contaminadas para que a população fique em alerta quanto a isso. Quando há informação, as pessoas entendem. Mas quando os motivos não são detalhados, muda o comportamento”.
As orientações do Sinserpu aos trabalhadores é buscar o atendimento e o afastamento no caso de infecção com o vírus. Caso ocorra agressão, os órgãos de segurança, como a Polícia Militar, precisam ser acionados e o registro precisa ser feito. “Só assim vamos conseguir sensibilizar a população”, afirma Deise. Ela ainda diz que há agendas do Sinserpu com o Conselho Municipal de Saúde para tratar dessas ocorrências e salienta que a população pode cobrar a execução dos protocolos.
A Prefeitura informou em nota que a UBS do Bairro Santo Antônio foi fechada no início da tarde desta segunda-feira (24), após a agressão ocorrida na unidade. “O agressor estava com um pau e agrediu um outro usuário, que foi apaziguar. Este usuário foi agredido com um corte na cabeça e aguardou o Samu.” Já o agressor teve sua mão cortada. A Guarda Municipal foi comunicada, e a UBS fechada. informou. A Tribuna fez contato com o Município sobre os demais casos, mas até o fechamento desta edição não foram repassadas mais informações.