A Secretaria de Saúde informou nesta quarta-feira (24) que mais 15 macacos encontrados mortos foram recolhidos em diferentes regiões de Juiz de Fora desde a última quinta-feira (18). Somados a dois primatas recolhidos pelo Instituto Estadual de Florestas nos bairros Carlos Chagas e São Mateus, são 17 novos casos de primatas mortos confirmados em uma semana. No total, 42 animais mortos já foram encontrados na cidade neste ano, com resultado confirmado para febre amarela em dois casos. Outras 31 mortes seguem em investigação, sendo que nove animais foram descartados por não haver possibilidade de coletar amostras para investigação.
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Conforme boletim epidemiológico divulgado pela pasta, um macaco foi recolhido em cada um dos seguintes bairros: Ipiranga, Dias Tavares, Granjas Triunfo, Jardim Emaús, Filgueiras, São Geraldo e Parque Independência. Dois animais mortos também foram achados no Centro e outros dois no Milho Branco. No Bairro Floresta, três animais foram encontrados na última segunda-feira (22) e mais um nesta terça (23). Destes, foram descartados os macacos achados nos bairros Ipiranga, na quinta, e no São Geraldo, na segunda (22). Todos os outros foram encaminhados para análise da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para verificar se a causa da morte tem relação com febre amarela.
Vale ressaltar que os macacos não transmitem a doença para o ser humano e que não há necessidade de eliminação destes animais. Segundo o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde, a morte dos animais por febre amarela serve como alerta para as autoridades sobre a circulação do vírus nas áreas onde eles são encontrados. Por isso, a recomendação é que a população avise as autoridades quando um animal morto for encontrado, por meio do setor de zoonoses da secretaria de saúde, cujo telefone é 3690-7030.
Liraa
Com o resultado do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) indicando estado de alerta para o risco de surto de dengue em Juiz de Fora, a secretaria afirmou que os trabalhos para eliminação dos focos estão sendo realizados em diversas regiões da cidade, principalmente nas regiões Leste, Norte e Sul, onde os índices de infestação foram mais altos. Segundo a pasta, tem sido realizada a aplicação de inseticida por meio do fumacê. onde os índices de infestação foram mais altos. O resultado, divulgado na última terça-feira (22), foi de 3,9%, pouco abaixo da categoria considerada como risco de surto, a partir de 4%.
A eliminação do Aedes aegypti é essencial para evitar a transmissão da febre amarela, já que, em casos em que a doença é transmitida nas cidades, o Aedes é o vetor.
Barbacena decreta estado de emergência
A Prefeitura de Barbacena decretou estado de emergência na saúde pública nesta quarta-feira (24), em razão do alto número de casos suspeitos da doença e da iminência de dengue. Segundo o decreto, nove casos suspeitos de febre amarela já foram notificados na região, que abrange 51 municípios. Destes, cinco já evoluíram para estado grave, já havendo uma morte. Conforme o documento, assinado pelo prefeito Luís Álvaro Abrantes Campos, já haveria confirmação laboratorial da contaminação pelo vírus da febre amarela.
Apenas um dos casos suspeitos é em um barbacenense, de 51 anos, morador da Colônia Rodrigo Silva. No entanto, por ser a sede da regional de saúde, o município recebe pacientes no Hospital Regional, o que, conforme publicação feita no site da prefeitura, “exige a atuação da administração pública municipal” para garantir o atendimento das demandas. Com o decreto, o município fica autorizado a contratar pessoal e adquirir insumos e materiais sem licitação, em caráter emergencial, por seis meses.
Na terça (23), Viçosa também já tinha decretado estado de emergência por conta dos casos de febre amarela, também autorizando contratações e aquisições sem licitação. Na unidade regional de Ponte Nova, cidade sede de saúde da região de Viçosa, 105 casos suspeitos de febre amarela já foram notificados.
Mais recursos
O Estado de Minas Gerais vai liberar recursos para municípios com casos confirmados da doença em humanos e em primatas. Segundo as resoluções nº 6083 e 6092, as cidades poderão receber incentivos financeiros, em caráter emergencial, para intensificar as ações de controle e contingenciamento da febre amarela e para a disponibilização de novos leitos em unidades de terapia intensiva ou semi-intensiva e clínica médica. Juiz de Fora pode receber os recursos caso o município solicite adesão às resoluções. Consultada sobre essa possibilidade, a Secretaria de Saúde afirmou que vai se informar sobre os critérios para solicitar os recursos e acionar o estado.
Os municípios com mais de 90 mil habitantes poderão receber R$ 150 mil por conta dos casos confirmados em humanos. Em cidades que têm confirmação de epizootias, como Juiz de Fora, este valor será somado a outros R$ 20 mil, totalizando R$ 170 mil em recursos disponibilizados por meio da resolução nº 6092. Já conforme a primeira norma, que disponibiliza montante para criação de novos leitos, o valor a ser pago por dia para cada um deles é de R$ 1.495,36. Para os de clínica médica, o incentivo será de R$ 340,36 cada.