
Juiz de Fora não está entre as áreas do estado que registram surto de contaminação da febre amarela, conforme garantiu nesta terça-feira (24) a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A doença já vitimou 23 pessoas em Minas Gerais. Apesar de não haver registro na cidade, a busca por vacinação aumentou nos últimos dias. Só na Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps) do Bairro Santa Cecília, na região central, mais de cem imunizações haviam sido feitas nas primeiras três horas de atendimento desta terça. Para tranquilizar a população e esclarecer sobre os mitos e verdades com relação à doença, a pasta iniciou a campanha “Antes de vacinar, procure se informar”.
Por meio da distribuição de informativos, a campanha pretende orientar quem é o público-alvo da vacinação, as contraindicações, o número de dosagens necessário para garantir a imunidade, dentre outras questões. Crianças com até 6 meses de idade, pessoas alérgicas aos componentes do medicamento, transplantadas, em tratamento de câncer, com HIV ou imunodeficiência não devem vacinar. Gestantes e pessoas acima de 60 anos precisam de avaliação médica para tomar a vacina. “A informação é essencial para evitar uma corrida desnecessária às unidades de saúde”, afirmou a secretária de Saúde, Beth Jucá, durante o lançamento da campanha.
Ela também reiterou que o número de vacinas no município é considerado suficiente. A cidade recebeu mais do que o dobro da quantidade habitual em janeiro, um total de 14.520. A expectativa é que mais cinco mil doses sejam enviadas nesta quarta-feira (25). “A vacinação ocorre durante todo o ano. Recebemos em torno de seis mil doses por mês, e agora temos uma quantidade maior, apesar de não estarmos entre as áreas de risco do estado.”
Onde vacinar
As vacinas estão disponíveis em todas as Uaps, no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente, localizado na Rua São Sebastião 772, Centro, e no setor de imunização do PAM-Marechal, na Rua Marechal Deodoro 496, 3º andar, também no Centro. Conforme o subsecretário de Vigilância e Saúde, Rodrigo Almeida, a distribuição das doses tem acompanhado a demanda da população. “Até o momento, a região central tem recebido maior procura pela vacina.”
O supervisor da Uaps de Santa Cecília, Gilson Mateus Soares, conta que a procura aumentou demais nas últimas semanas. “Quando a pessoa chega, nós fazemos uma série de perguntas, pois não é todo mundo que pode vacinar. Também é preciso saber se ela já recebeu a vacina nos últimos anos, para avaliar se há necessidade de uma nova dosagem.” Nesta terça-feira, a fisioterapeuta Ana Cláudia Lourenço Chaim, 46 anos, e o filho Vinícius, 15, estiveram na unidade para receber a imunização. “Procurei me informar antes para evitar qualquer tipo de problema. Qualquer medicação requer cautela.”
Prevenção
A chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Michele Freitas, afirmou que, além da campanha de informação à população, a Secretaria de Saúde iniciou um trabalho junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Emater para acompanhamento de casos de febre amarela em animais. “Nós faremos um monitoramento na área rural, pois sabemos que a doença aparece primeiro em animais. Esta é uma forma de manter o controle da situação.” Outra forma de prevenção é combatendo o mosquito Aedes aegypti, transmissor também de outras doenças, como dengue, zika vírus e chikungunya. Até o momento, nenhum caso de febre amarela foi registrado em Juiz de Fora.
Em Minas
Além das 23 mortes já confirmadas no estado, 206 casos foram notificados na última semana. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, esta é a maior epidemia de febre amarela já registrada. Os óbitos ocorreram nas quatro regionais de saúde que tiveram decretada situação de emergência por causa da doença: Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Governador Valadares (Leste), Coronel Fabriciano (Vale do Aço) e Manhumirim (Zona da Mata).