Após avaliar as casas da Rua Monsenhor Ferrer, no Bairro Democrata, onde uma residência desabou na noite desta terça (22), a Defesa Civil constatou que o deslizamento não causou danos às edificações vizinhas. Porém, manteve a interdição do imóvel que fica abaixo da casa que ruiu. “Na vistoria constatamos que as casas do entorno não tiveram nenhum problema estrutural. Interditamos uma casa de baixo preventivamente. A casa não tem problema estrutural, mas os escombros podem escorrer devido às chuvas. Constatamos aqui que foi um problema específico da moradia que ruiu”, indica Jefferson Rodrigues, chefe da Defesa Civil de Juiz de Fora.
Segundo informações de Rodrigues, após ouvirem estalos, os moradores da casa saíram da residência. No momento, de acordo com ele, havia cinco pessoas no imóvel. Um deles, no entanto, regressou para salvar o cachorro, justamente quando houve o deslizamento. O homem sofreu ferimentos leves, mas o cachorro foi morto com o desabamento.
Na manhã desta quarta (23), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil acompanham, garantindo a proteção, a família na retirada de documentos e pertences mais importantes. O imóvel, conforme registro do Google Street View feito em 2011, tinha três pavimentos, dois deles acima do nível da rua, e um inferior. Também foi colocada lona plástica na área e uma equipe de assistência social da Defesa Civil esteve em contato com os moradores, prestando atendimento. A família está em casa de parentes.
Para a Defesa Civil, o desabamento carece de investigação aprofundada afim de que sejam apontadas as causas. Jefferson Rodrigues acredita num somatório de eventos, além da própria chuva, que deve ter contribuído bastante, já que a enxurrada incidia diretamente na casa. “Pode ter um problema específico na casa deles. Aparentemente não dá para avaliar, será preciso fazer uma pesquisa maior”, pontua o chefe da Defesa Civil, informando que a família passou a noite na casa de um vizinho.
Ainda segundo a Defesa Civil, conforme um morador, nos últimos dias alguns sinais já apontavam para o problema. O portão de entrada da casa estaria agarrando ao ser aberto ou fechado, e isso “pode demonstrar início do processo de deformação plástica da estrutura”. No dia do desabamento, conforme a pasta, a família teria escutado estalos e sentido a casa balançar. “Ao subir na cobertura, o proprietário observou trincas em evolução. Nesse momento foi percebido o risco iminente e todos saíram a tempo de se salvar”, informou.
Campanha para ajudar a família
Já durante a madrugada, uma campanha de financiamento coletivo foi lançada na plataforma Vakinha. Inicialmente o projeto tinha como meta arrecadar R$ 15 mil, mas pouco depois das 9h o site foi atualizado, passando a meta para R$ 120 mil. Às 9h30 desta quarta, 45 pessoas já haviam contribuído com a campanha, somando o valor de R$ 2.475,00. O projeto leva o nome de um dos membros da família afetada, Douglas Chakuriki, nome bastante conhecido na cena esportiva da cidade, por integrar uma academia de luta local.
Atendimento
A Defesa Civil orienta a população a entrar em contato com plantão de atendimento 199, caso surjam sinais de anormalidade na edificação ou no terreno. Orientações também podem ser encontradas na página da Prefeitura no link Alerta Chuvas.