
Entre janeiro e setembro deste ano, foram registradas 273 ocorrências de incêndios em Juiz de Fora, uma média mensal de 30 casos. Entre os episódios mais recentes, um apartamento na Rua Rei Alberto, no Centro, pegou fogo no último dia 10, matando um cachorro; na última terça (18), uma pastelaria teve um princípio de incêndio na Rua Halfeld, também no Centro. Diante desses casos, e das férias escolares que se aproximam, levando famílias a deixarem suas residências fechadas por dias, há quem receie ser vítima de um incêndio. Algumas medidas de prevenção, entretanto, podem ser tomadas a fim de evitar episódios similares aos registrados.
A estudante de rádio, TV e internet da UFJF Camilla Queiroz, residente do prédio que sofreu o incêndio na Rei Alberto, conta que começou sentindo um cheiro muito forte. “Na hora, eu não pensei muito, só peguei a minha gata e saí pelas escadas. Na hora que passei pelo andar do incêndio senti um pouco de falta de ar, mas nada debilitante.” Depois do ocorrido, apesar de não ter sido em seu apartamento, ela revela que está bem mais atenta. “Não deixo mais nada ligado na tomada, além de fechar o botijão de gás.”
Medidas de prevenção
As novas preocupações de Camilla são pertinentes, como observa o tenente Paconi, do Corpo de Bombeiros. Ele orienta que, após a utilização de aparelhos eletrodomésticos, os mesmos sejam retirados da tomada. Além disso, ele afirma que o uso do adaptador de tomada “benjamim”, também conhecido como “T”, gera uma sobrecarga que, por sua vez, pode provocar superaquecimento. Esse fenômeno pode ocorrer também no carregamento do celular, quando este está em contato com tecido. Isto é, o carregamento noturno próximo à cama não é recomendado.
Já na cozinha, o alerta do bombeiro é para o gás. “É importante ficar atento a um possível vazamento, que pode ser observado por um odor característico. Nesse caso, de forma alguma acender o interruptor de luz, que pode contribuir para uma explosão.” Para aqueles que gostam de acender velas, a recomendação do bombeiro é evitar. Mas, se mesmo assim optar por fazê-lo, é preciso tomar alguns cuidados. “Coloque a vela em um recipiente com água no seu interior, permitindo que ela se apague, caso caia”, ele orienta.
‘O que fazer se a minha casa pegar fogo?’
Em caso de incêndio, a primeira atitude é evacuar do local com segurança para garantir o bem-estar, e posteriormente acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193. Antes de combater o incêndio, a guarnição avalia se há algum risco estrutural para adentrar o espaço e apagar as chamas, assim como após o término do combate, para ver se o ambiente pode voltar a ser ocupado. Além disso, os bombeiros solicitam por parte da Defesa Civil uma vistoria técnica do local para alcançar uma maior precisão.
Segundo a advogada Paula Assumpção, o seguro para acidentes domésticos faz diferença. “O Estado não tem nenhuma responsabilidade sobre acidentes domésticos que não têm relação com o ato de fiscalização do Estado. Por exemplo, recentemente houve um incêndio na pastelaria da Rua Halfeld. Se ela tiver seguro, cobre; se não, ela só pode argumentar se estiver faltando uma licença ou ausência de trabalho do poder público. O seguro para acidentes pessoais é importante também”, ela destaca.