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70% das estradas mineiras apresentam problemas

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Minas Gerais é o estado que teve mais custos com acidentes em rodovias federais no ano passado, um total de R$ 1,26 bilhão. A cifra reflete o estado de conservação das estradas: 70,6% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. As informações são da 23ª Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada nesta terça-feira (22) pela Confederação Nacional do Transporte. A situação de estradas que cortam a Zona da Mata também foram avaliadas.

O estudo mostra que, em geral, a qualidade das rodovias brasileiras piorou no último ano. Mais da metade da malha rodoviária pavimentada apresenta problemas (59%). O número de pontos críticos identificados ao longo dos 108.863 quilômetros pesquisados aumentou 75,6%, passando de 454, em 2018, para 797, em 2019. Foram analisadas as condições de toda a malha federal pavimentada e de alguns trechos estaduais, em todas as regiões do país. “A Confederação vem alertando, ano a ano, sobre a urgência de ampliar os recursos para as rodovias e melhorar a aplicação do orçamento disponível. Os resultados evidenciam que os sucessivos alertas não foram ouvidos. Observamos uma piora nas condições, e a crise fiscal aciona o sinal de alerta em relação à capacidade de manutenção e expansão da malha”, avalia o presidente da CNT, Vander Costa.

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O modal rodoviário é o que possui a maior participação na matriz de transporte nacional, concentrando, aproximadamente, 61% da movimentação de mercadorias e 95% de passageiros. “Isto ressalta a importância para o desenvolvimento econômico e para a garantia de direitos fundamentais dos cidadãos”, destaca Vander. No entanto, os resultados da pesquisa apontam uma situação crítica: 52,4% das rodovias brasileiras apresentam problemas de pavimentação; 48,1% estão mal sinalizadas; e 76,3% têm uma má condição da geometria, que é o traçado da via. Esta realidade contribuiu para que o país arcasse com R$ 9,73 bilhões em custos por conta de acidentes nas estradas em 2018.

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Investimentos

Em Minas Gerais, os resultados são ainda mais alarmantes. Há problemas na pavimentação em 61% das rodovias analisadas; 58,9% dos trechos estão mal sinalizados; e, com relação à geometria, 81,8% são considerados deficitários. No estado há predominância das pistas simples (88,7%), mas faltam acostamentos em 58% dos trechos avaliados. O estudo identificou, ainda, 21 pontos críticos nas estradas que cortam o estado. A CNT estima que para recuperar as rodovias em Minas Gerais, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 6,67 bilhões.

A malha rodoviária mineira é a maior do país, com 15.363 quilômetros de extensão. Em seguida estão os estados de São Paulo, com 10.877 quilômetros, e Bahia, com 8.995 quilômetros. Os dados da pesquisa mostram que os custos com acidentes estão mais relacionados à condição das estradas do que à extensão da malha, tendo em vista que, depois de Minas Gerais, os estados que mais arcaram com este tipo de despesa foram Santa Catarina (R$ 1,05 bilhão), que possui 3.270 quilômetros, e Paraná (R$ 1,04 bilhão), com 6.331 quilômetros.

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Situação de rodovias da região

No que diz respeito à região, a BR-440 foi considerada com um estado de conservação ruim. A pavimentação e a geometria foram avaliadas como péssimas, e a via também foi considerada mal sinalizada. Já a BR-267 apresentou resultado regular. Nos critérios analisados pela pesquisa, a qualidade do asfalto é regular, o traçado ruim e a sinalização boa.

Os melhores resultados foram apresentados pela BR-040 e a BR-116, que apresentaram bons estados de conservação. Apenas a geometria de ambas as rodovias foi considerada regular, mas os demais critérios foram analisados como bons.

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Já a pior análise foi dada para a BR-120. De acordo com a CNT, a rodovia está em péssimo estado de conservação, com péssimas sinalização e geometria, e uma pavimentação regular. “A priorização do setor rodoviário nas políticas públicas e a maior eficiência na gestão são imprescindíveis para reduzir os problemas nas rodovias e aumentar a segurança no transporte”, afirma o presidente da CNT, Vander Costa.

 

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