A jovem que confessou ter deixado o feto dentro de uma caixa de sapatos no guarda-roupa, em agosto de 2016, foi condenada a prestar serviços comunitários pelos próximos três anos. Ela foi julgada, na tarde desta segunda-feira (23), no Tribunal do Júri de Juiz de Fora. De acordo com o processo, em 13 de agosto de 2016, sem saber quem era o pai do bebê que carregava no ventre e com medo da reação dos pais que ainda não sabiam de sua gravidez, ela ingeriu medicamento para provocar o aborto do feto, do sexo masculino, que estava entre 38 e 40 semanas de gestação, além de tê-lo ocultado dentro de uma caixa de sapato no seu guarda-roupas.
Conforme o processo, a jovem, com 19 anos na época, não possui antecedentes criminais, e o motivo do crime seria o medo dos pais em relação ao descobrimento da gravidez. Pelo aborto, a jovem teve pena fixada em um ano de detenção em regime aberto. Já pela ocultação de cadáver, foi condenada a um ano de reclusão em regime fechado. Todavia, ela foi beneficiada com sursis e, além da prestação de serviços à comunidade por oito horas semanais, terá que comparecer bimestramente perante à Justiça. Ela também está proibida de sair da cidade por mais de 30 dias, não pode permanecer em via pública após as 22h sem justificativa e deverá se submeter a tratamento psicológico ou psiquiátrico pelo período de 12 meses. Não havendo motivos para a sua prisão preventiva, ela poderá recorrer da sentença em liberdade.
Em 2016, o caso veio à tona após a mãe da criança ter dado entrada no Hospital São Vicente, com sangramento vaginal e ainda com o cordão umbilical exposto. Questionada pela médica onde estaria a criança, a jovem informou que não sabia que estava grávida e que teria entrado em trabalho de parto cinco dias antes, quando foi ao banheiro. Segundo o relato da moça, o parto ocorreu por volta de 1h, e seu bebê nasceu morto. Ela disse que ficou com medo de contar a alguém sobre o ocorrido e acabou jogando o recém-nascido no lixo.