A Associação dos Médicos do Barulho celebra, nesta quinta-feira (24), mais um aniversário. São 27 anos de estrada, que representam muitos sorrisos distribuídos em ambientes hospitalares. A atividade comemorativa acontecerá com uma visita especial ao setor de pediatria da Santa Casa de Juiz de Fora, e vai contar com bolos e refrigerantes. No domingo (27), a festividade vai incluir um piquenique entre os membros do grupo.
A iniciativa nasceu em 1996, a partir do desejo de impulsionar afeto e construção de sonhos entre voluntários do projeto e pacientes internados, conforme destaca a associação. A primeira visita dos Médicos do Barulho foi feita na Santa Casa com os dois primeiros palhaços dessa história, o Dr. Fuzil e o Dr. Saratudo. Com o passar do tempo, a associação cresceu e foi reconhecida com dois importantes prêmios, o Mercocidades de Cultura, em 2004, e a Medalha do Mérito Henrique Halfeld, em 2007. Ainda neste mesmo ano, o projeto foi formalizado como ONG.
Atualmente, o projeto sem fins lucrativos conta com mais de 100 voluntários, entre atores, palhaços, recreadores e profissionais de outras áreas. Para um dos fundadores do projeto, Amaury Mendes, o palhaço Fuzil, o projeto leva alegria a partir de apresentações culturais em espaços plurais, dando outro significado para a experiência da doença. “É um trabalho de muita dedicação, mas muito gratificante e emocionante. Só quem vivencia pode entender o poder de uma boa gargalhada. Comprovamos que doses de humor e felicidade são capazes de transformar ambientes e proporcionar melhor resposta aos tratamentos e procedimentos médicos, aumentando também a autoestima dos pacientes.”
O grupo se ancora na utilização de linguagens teatrais e lúdicas para contagiar crianças, adultos e funcionários nas unidades de saúde por onde passam. “Nosso maior presente é a superação de nossos pacientes. Os momentos que passamos com eles ficam registrados em nossas mentes e em nossos corações. Percebemos o quanto cada minuto é precioso para eles e para nós”, conta Fuzil, com emoção.
Histórias que marcam
Os profissionais do sorriso entram nas enfermarias para despertar o que Amaury chama de “lado bom do paciente”. Depois da atuação das variadas assistências médicas e psicológicas, o trabalho da alegria é um somar no tratamento feito de forma humanizada e alternativa. “Tivemos uma criança que atendemos a chamado de um médico, ela se encontrava em uma UTI infantil em estado de profunda tristeza e entrega. Foi quando nós entramos com nossa malinha de surpresas e, aos poucos, a cada encontro, ela foi reagindo e obteve alta. Foi uma vitória”, conta.
A atuação dos Médicos do Barulho na vida das pessoas também extrapolou as fronteiras dos hospitais e, desde a pandemia, o grupo abraçou mais um elo de ajuda. Doações de alimentos são feitas para famílias em situação de vulnerabilidade social a partir dos programas “Mesa Brasil Sesc” e o “Mesa da Cidadania” da Prefeitura de Juiz de Fora. Para além da cidade, o coletivo se organiza para retornar as visitas ao Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.