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Mãe de Goldoni diz que busca por justiça continua

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Após a divulgação da decisão do juiz Paulo Tristão, na última quarta-feira (22), de levar a júri popular os quatro acusados pela morte de Matheus Goldoni, a família do jovem diz estar aliviada. Os homens irão responder pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Em entrevista à Tribuna, a mãe do rapaz, Nívea Goldoni, afirmou que a busca por justiça no caso continua. “Ficou bem claro, depois de tanta mentira, tanta controvérsia entre eles, o que realmente aconteceu. A verdade está sendo mostrada, e a Justiça sendo feita. Isso nos traz alívio no coração, foi isso que sempre buscamos. Meu filho saiu para se divertir e nunca mais voltou para casa. Queremos evitar que isto ocorra com outro filho, outro neto, outro sobrinho, de qualquer pessoa. Essa dor que sentimos, não queremos que ninguém sinta. As orações que todos fazem por nós e a confiança em Deus é o que nos mantém firmes para irmos até o final, a justiça tem que prevalecer, pois ela é soberana”, disse.

A Tribuna teve acesso ao pronunciamento do juiz Paulo Tristão, no qual constam detalhes de como ocorreu a ação criminosa contra Matheus e fragmentos de depoimentos de testemunhas e acusados. O jovem de 18 anos foi encontrado morto em novembro de 2014, após desentendimento em uma casa noturna. Segundo a denúncia do Ministério Público, “a materialidade do crime está comprovada pelos laudos de necropsia e os indícios de autoria são extraídos dos acusados e dos depoimentos testemunhais”.

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Antes de ser morta, a vítima estava na boate quando se envolveu em uma briga com dois clientes e com seguranças, sendo expulso da casa noturna. Na saída, Matheus tentou dar um [Relaciondas_post]soco em um dos acusados e saiu correndo, sendo perseguido por ele e outro segurança. De acordo com a peça acusatória, um ex-segurança, que estava nas imediações, deu carona de moto a um dos perseguidores. Eles alcançaram a vítima cerca de 250 metros da boate, perto de uma trilha que dá acesso a uma cachoeira.

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Ainda conforme a denúncia, quando alcançaram Matheus, o ex-segurança e um dos seguranças, imobilizaram a vítima com um golpe “mata-leão” até a chegada dos outros dois acusados. Sob o comando do gerente operacional, segundo o Ministério Público, os dois seguranças da casa levaram Matheus até a trilha de acesso à cachoeira, onde o jovem foi encontrado morto 56 horas após ter desaparecido. Conforme a denúncia, ficou entendido que o local era de difícil acesso, e que Matheus não conseguiria chegar sozinho até o ponto.
As investigações apontaram que os dois seguranças mataram a vítima por meio de asfixia por afogamento, enquanto os outros dois acusados vigiavam a entrada da trilha, às margens da Avenida Engenheiro Gentil Forn. O promotor de Justiça que estava com o caso concluiu que a vítima não se afogou sozinha por conta das condições em que estavam seu pulmão, verificados no exame de necropsia. Conforme a denúncia, após o homicídio, os denunciados “retornaram ao trabalho normalmente”. O depoimento de uma testemunha do caso apontou ainda que, ao chegar na boate, o gerente operacional foi indagado por outro segurança se haviam pego Matheus, e ele respondeu: “Pegou, mas depois eu te falo”.

Os quatro homens vão responder por homicídio triplamente qualificado, pelas qualificadoras da asfixia, motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, ante a superioridade numérica dos denunciados e também a desproporcionalidade entre o porte físico deles e da vítima. Sobre um flanelinha que havia sido indiciado pela Polícia Civil por falso testemunho, o juiz entendeu que não havia indícios suficientes de que ele mentiu. Agora, os acusados terão prazo para recorrer em liberdade. Apenas após esta etapa é que o júri poderá ser marcado.

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