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Funcionários de banco são apontados como parte de organização estelionatária em Juiz de Fora

Coletiva Civil Divulgacao PCMG
(Foto: Divulgação PCMG)
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Cerca de 100 pessoas foram identificadas como possíveis vítimas de uma organização criminosa investigada por fraudes bancárias, estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os crimes, investigados na esteira da 2ª fase da Operação Ouro de Tolo, tinham como alvo aposentados, pensionistas e pessoas com baixo grau de instrução. Segundo informou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (23), seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em instituições financeiras, lojas de revenda de automóveis e residências dos suspeitos, localizadas em Juiz de Fora e Matias Barbosa, em Minas Gerais, e em Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo.

Apenas um dos suspeitos não é de Juiz de Fora, segundo relatou a delegada Bianca Mondaini, responsável pelo caso, que contou também que três funcionários de uma agência bancária da cidade estariam entre os integrantes da organização criminosa.

“Identificamos situações em que a portabilidade de conta foi realizada sem o consentimento das vítimas, redirecionando benefícios para instituições controladas pelos criminosos”, explicou.  

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Conforme apurado, as vítimas seriam abordadas sob a prerrogativa de oferecimento de vantagens financeiras, vídeos de reconhecimento facial eram gravados, contas abertas, empréstimos feitos, bem como transferências. Tudo sem o conhecimento da vítima. O grupo atuava em mais de uma cidade, em um esquema complexo que envolvia três principais núcleos. Os responsáveis pelas fraudes em empréstimos e transferências de contas, que seriam os três funcionários do banco, outro encarregado do financiamento fraudulento e que tinha apoio de revendedores de veículos e o último, que inseria dados falsos em sistemas bancários para viabilizar os crimes.

Na ação foram apreendidos dinheiro em espécie, cartões bancários, documentos, notebooks, celulares, simulacros de arma de fogo, 15 veículos e duas motocicletas, que foram encaminhados à perícia.  Quatro pessoas foram conduzidas à delegacia para prestar esclarecimentos. O Poder Judiciário também determinou o bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, no valor de até R$ 5 milhões. Além de medidas cautelares aos suspeitos.

Em nota, o Agibank informou que tomou conhecimento da operação conduzida pela Polícia Civil em Juiz de Fora. “(O banco) está colaborando com as autoridades para o completo esclarecimento dos fatos. A instituição reitera que não compactua com qualquer prática irregular e que adota rígidos protocolos de segurança, compliance e prevenção a fraudes em todas as suas operações. O banco permanece à disposição das autoridades competentes para contribuir com as investigações.”

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Operação Ouro de Tolo

A primeira fase da Operação foi deflagrada em novembro do ano passado. Até então, doze vítimas haviam sido lesadas, dentre elas 11 idosos e uma pessoa com transtorno mental. Durante os meses que se seguiram, novas vítimas surgiram, conforme contou o inspetor da Polícia Civil, Anderson Salvador, sobre a segunda parte da ação. “Ontem, durante nossa diligência na agência bancária, três pessoas chegaram questionando porque o salário delas estava sendo transferido e como havia sido feito um empréstimo no banco sem elas saberem o que havia ocorrido”. Ele alerta para que possíveis vítimas do golpe procurem a delegacia na Rua Nossa Senhora de Lourdes, 373, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, em Juiz de Fora.

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