O último boletim com os casos de dengue, zika e chikungunya divulgado, na segunda-feira (22), pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) apontou 1.212 casos prováveis de dengue em Juiz de Fora ao longo dos cinco primeiros meses deste ano. O número é quase dez vezes maior do que o registrado ao longo do ano passado, quando havia 124 casos prováveis da doença. Em abril, foi registrada uma morte pela doença na cidade.
No mesmo período do ano passado, Juiz de Fora tinha 79 casos registrados de dengue, nove de chikungunya e nenhum de zika; nenhuma morte foi computada em nenhum dos três entre janeiro e maio.
Nas últimas três semanas de maio deste ano, os casos de dengue no município aumentaram 48,7%, ou seja, de 815 foram para 1.212. Em relação a chikungunya, o documento mostra que foram contabilizados 12 casos até o momento. Já em relação ao zika vírus, não foi registrada nenhuma contaminação.
De acordo com o painel de informações sobre a dengue no estado, Juiz de Fora está em situação de alerta para a transmissão da doença. O painel mostra que a cidade tem 864 casos confirmados de dengue. Já a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que atualmente esse número é de 818.
O Executivo destacou que Minas sofreu um surto de casos de dengue em razão do intenso período chuvoso registrado neste ano. Conforme a PJF, foram realizadas ações de prevenção da doença através do plano de contingência, com a contratação de mais agentes de endemias e monitoramento e bloqueio de focos. “O Município registrou apenas 818 casos confirmados da doença e permanece sendo o de menor número entre as dez maiores cidades mineiras. O trabalho dos agentes continua sendo realizado diariamente, contando com o apoio da população”, afirmou, em nota.
Segundo LirAa deve ser publicado em breve
Em resposta à Tribuna, a PJF informou que o segundo Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LirAa), previsto para ser publicado em maio, foi finalizado e será divulgado após consolidação de todos os resultados.
O primeiro levantamento, lançado em janeiro de 2023, apresentou índice de infestação de 7, classificado como de “alto risco” pelo Ministério da Saúde. O LIRAa é realizado quadrimestralmente em Juiz de Fora, em período indicado pelo Ministério da Saúde.
A pesquisa identificou que a maioria dos focos estão dentro das residências em recipientes, como vasos com água, pratos e garrafas retornáveis, que são considerados depósitos móveis, seguidos de obras, calhas e estruturas abandonadas ou em desuso.
Minas é um dos estados com maior incidência
O número de casos de dengue em todo o estado aumentou de forma considerável em relação ao mesmo período do ano passado. O boletim informou que foram contabilizados 336.468 casos prováveis, sendo 166.319 confirmados. O Estado também confirmou a morte de 96 pessoas em razão da doença e 111 óbitos estão em investigação.
Minas também contabiliza 65.540 casos prováveis de chikungunya, dos quais 32.212 foram confirmados. Até o momento, foram confirmados 18 óbitos por chikungunya e 17 estão em investigação. Já o zika vírus tem 243 casos prováveis, 27 confirmados e não há óbitos.
Segundo o Ministério da Saúde, Minas Gerais está entre os estados com maior incidência de dengue, ao lado do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia.
A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde para saber quais ações de enfrentamento da doença estão sendo realizadas em relação ao atual cenário epidemiológico, mas ainda não obteve resposta.