A bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul passa por três estados, alcançando 184 cidades e abastecendo mais de 14 milhões de pessoas, incluindo moradores da Zona da Mata mineira. Para planejar o uso dos recursos hídricos desta bacia tão relevante, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participa do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap), responsável por estabelecer diretrizes e gerenciar os recursos hídricos da região pelos próximos 20 anos.
O Ceivap tem como foco as bacias de dois rios afluentes, o Preto e o Paraibuna, este último profundamente ligado à história e ao desenvolvimento de Juiz de Fora. O Rio Paraibuna é o maior afluente em volume de água da bacia do Paraíba, sua vazão média é de 179 metros cúbicos por segundo.
A reunião do comitê teve como objetivo planejar o uso da água na região pelas próximas décadas, levando em conta atividades econômicas ao longo da bacia, o abastecimento público, a geração de energia e também levantar diretrizes de atuação para momentos de crise hídrica.
De acordo com o representante da UFJF no Ceivap e também pesquisador do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Celso Bandeira, foi possível estabelecer um conjunto de ações de curto, médio e longo prazos, para antecipar e solucionar problemas relacionados aos recursos hídricos.
“São ações como planejamento territorial, educação ambiental, investimentos em projetos de estações de tratamento de efluentes, sistemas de disposição final de resíduos sólidos, sistemas de macrodrenagem e produção de conhecimento técnico e científico”, aponta o pesquisador.
Primeira fase concluída em abril
A primeira fase do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (PIRH-PS) foi concluída este mês. Ela consistiu no complemento e finalização do estudo da bacia, onde os integrantes propuseram diretrizes concretas para solucionar os problemas identificados durante o desenvolvimento do plano.
Como explica Bandeira, o documento aborda temas históricos, reais e possíveis. Segundo ele, são consideradas as atuais condições, a realidade socioeconômica e também são feitas projeções de possibilidades futuras para a região, “observando os aspectos físicos, bióticos, políticos, econômicos e culturais relacionados à bacia”, completa.
Bandeira explica que, para desenvolver o plano, os grupos de trabalho agregados pelo Ceipav analisaram e apontaram sugestões para produtos técnicos desenvolvidos por uma empresa privada, escolhida por meio de ato convocatório. “Junto aos pesquisadores envolvidos, o processo também conta com a presença de representantes da Agência Nacional de Águas e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, por exemplo.”
O pesquisador ainda ressalta a contribuição da UFJF, não apenas por meio da própria atuação junto aos grupos de trabalho, como também pela presença de alunos e professores egressos que participaram do projeto.