
Mais de dez mil pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos, participaram das missas realizadas neste sábado (23) na Igreja Melquita, no Bairro Santa Helena, em razão do Dia de São Jorge, o santo guerreiro e um dos mais populares no Brasil. O sábado ensolarado foi convidativo para que as pessoas comparecessem em peso à igreja para fazerem seus pedidos e agradecerem pelas graças alcançadas.
“O movimento foi maravilhoso. São Jorge, por si só, atrai muitos fiéis por conta de sua imagem de luta cristã, usando como armas a palavra de Deus, a fé e a oração, destruindo os dragões em nosso dia a dia que aparecem nas formas de violência, dos vícios e das corrupções, além de pecados e doenças. É o sinal da presença de Deus”, avaliou o monsenhor João Carlos Teodoro, pároco da Paróquia de São Jorge – Igreja Melquita.
Na tradicional imagem do santo, no canto direito do altar, as pessoas pediam por bênçãos e levavam, entre muitos objetos, carteiras de trabalho e diplomas na tentativa de obterem uma oportunidade de emprego. O cenário do país, para o monsenhor, foi um grande motivador para a presença dos fiéis. “Penso que todo brasileiro, por natureza, traz em si a força, a garra e o espírito de luta como São Jorge e, mesmo em meio a tantas adversidades, consegue ser alegre e esperar uma coisa boa no final. O Brasil, em sua história política e econômica, carrega este espírito de superação, por isso, creio que desta vez não será diferente”.
Se por um lado havia pessoas que carregavam uma lista de pedidos, do outro, a fila era grande para agradecer. Nascida no Dia de São Jorge, a vendedora Paola Alves de Souza, 27, cumpria seu ritual particular de aniversário, que consiste em visitar a imagem para agradecer. “Minha família toda é devota, e nascer justamente neste dia me faz sentir orgulhosa e muito abençoada. Sei que São Jorge guia meus passos e me ajuda a enfrentar as dificuldades”.
Aproveitando a folga do feriado, a professora aposentada Marisa Nunes Bastos, 86, veio de Dionísio, no Vale do Aço, para acompanhar a filha, também professora, Ana Maria Dode, 56, à missa. Segundo a história, São Jorge pertenceu a um grupo de militares do imperador romano Diocleciano, que perseguia os cristãos, mas não queria estar a serviço de um império opressor. Por amor e pela verdade, renunciou a esta função, e, depois disso, foi perseguido, preso e ameaçado. Jorge foi martirizado no ano 303.