O bebê de 4 meses equivocadamente imunizado com a vacina da Coronavac contra a Covid-19, na segunda-feira (21), passa bem. A mãe dele, Karen Cristina Andrade Roth Maggione, relatou à Tribuna, nesta quarta-feira (23), que a criança não tem mais o estado febril que havia apresentado no primeiro e no segundo dia depois da vacinação. Segundo ela, o bebê está bem responsivo às brincadeiras e totalmente ativo. “A priori, não vejo nada que foge da normalidade dele. Sua respiração está normal”, ressaltou, aliviada.
Todavia, conforme Karen, a família aguarda contato da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) a fim de que haja monitoramento pediátrico da criança. “Apenas quem entra em contato conosco é a agente de saúde do posto médico de Vila Ideal. Não houve contato de médico e nem de enfermeiro. Inclusive, nesta quarta, não houve contato nem da agente de saúde até o momento”, relatou Karen, durante a tarde.
A mãe destacou que acredita que o filho teria que passar por um acompanhamento pediátrico por conta da aplicação equivocada da vacina contra a Covid-19. “Foi feita uma avaliação apenas no dia da aplicação da vacina, mas, depois disso, mais nada. Gostaria de saber como vai ficar essa situação, pois espero que esse caso não ocorra com outra criança”.
Ela ainda contou que no dia em que o fato se deu, a família entrou em desespero. “Não sabia se meu filho podia morrer ou o que poderia acontecer com ele. Perdemos o chão quando recebemos a ligação informando que meu filho tomou uma vacina errada e que ainda não tem estudos para o público da idade dele”, disse.
Procedimentos adotados
Sobre a questão apontada pela mãe da criança quanto ao acompanhamento pediátrico do bebê, sobre o qual a família diz ainda aguardar contato da PJF, a Secretaria de Saúde informou que no final da tarde de segunda-feira, o setor de imunizações da Vigilância Epidemiológica foi notificado sobre a administração indevida da vacina Coronavac em uma criança de 4 meses, que buscou a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Vila Ideal para realização das vacinas preconizadas para essa faixa etária (pentavalente). Segundo a secretaria, o erro foi reconhecido pela técnica de enfermagem da própria unidade, que acionou os pais da criança. Imediatamente, todos os protocolos recomendados foram adotados, e a equipe, orientada a comunicar seus superiores sobre a identificação de um erro de imunização.
Como já tinha informado nesta terça, a pasta reafirmou que a criança será acompanhada e monitorada pelos próximos 30 dias, a fim de identificar precocemente qualquer evento adverso que venha a surgir. Porém, não houve informação da secretaria sobre a questão apontada pela mãe do bebê a respeito da falta de contato quanto ao acompanhamento pediátrico até o momento.
A secretaria ainda ressaltou que a criança passou por avaliação médica dentro da própria unidade, e que a técnica responsável foi afastada da sala de vacinas. A pasta ainda abriu um procedimento interno para esclarecer a situação e evitar possíveis erros. “Ressaltamos que a vacina administrada utiliza uma tecnologia (vírus inativado) comum para várias outras do calendário básico da criança e apresenta perfil de segurança alto reduzindo a possibilidade de possíveis eventos adversos”, disse a pasta.