Nesta quarta-feira (23), o Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh) promove ações de prevenção e conscientização sobre a hanseníase, uma das doenças mais antigas da humanidade, conhecida antigamente como lepra. Além de orientar e esclarecer a população sobre a patologia, equipes da residência multiprofissional farão a distribuição de cartilhas explicativas nos ambulatórios da unidade Dom Bosco, polo de referência no tratamento da hanseníase, e no PAM-Marechal, no Centro, das 8h30 ao meio-dia.
A iniciativa faz parte da campanha Janeiro Roxo, dedicada ao enfrentamento da enfermidade no país, e acontece próximo ao último domingo do mês, Dia Mundial de Combate à Hanseníase. A doença, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, tem cura, mas precisa ser diagnosticada e tratada precocemente para evitar sequelas graves e sua disseminação.
Segundo a fisioterapeuta do HU e coordenadora da ação, Liliany Loures, a campanha tem o objetivo de diagnosticar precocemente a hanseníase e evitar sua transmissão. “O Brasil é o segundo país do mundo em número de casos da doença, com cerca de 27 mil novos diagnósticos por ano, atrás apenas da Índia. Juiz de Fora não é uma região tão endêmica, no momento há quatro pacientes em tratamento no HU que chegaram com sintomas tardios da doença, mas nosso receio é que as pessoas com hanseníase não saibam (que estão doentes), não estejam sendo tratadas e continuem disseminando a doença”, comenta.
Diagnóstico
Para a profissional, a falta de informação pode ser um dos fatores que leva os pacientes a postergarem o diagnóstico, acreditando que os sintomas não passam de manchas sem outras consequências. No entanto, o não tratamento pode levar a sequelas difíceis de reverter. “A doença é causada por uma bactéria que se aloja na pele e nos nervos periféricos. Os primeiros sintomas são as manchas, que podem ser mais claras ou mais escurecidas, além da falta de sensibilidade e falta de força muscular nas mãos e nos pés. Quando a pessoa fica sem tratamento, causa sequelas que vão piorando. Ela perde a sensibilidade protetora, ou seja, pode se queimar ou se machucar sem perceber, além da perda de força muscular, tendo dificuldade de andar ou para pegar peso com as mãos”, explica
O médico responsável pelo diagnóstico é o dermatologista, e o tratamento pode levar de seis meses a um ano. A cura pode ser atingida através da poliquimioterapia, por medicação diária distribuída pelo SUS. Já as sequelas são tratadas com fisioterapia. A transmissão acontece através do contato prolongado e frequente com a pessoa infectada. No entanto, a partir do início do tratamento, o paciente não transmite mais a doença.